As obras de duplicação de 22 quilômetros da BR 101, entre Guarapari e Anchieta, devem ser iniciadas no primeiro trimestre do próximo ano. Mas a concessionária Eco101 já adiantou que encontra dificuldades para dar continuidade aos trabalhos na última etapa do Trecho Sul, em direção a divisa com o Rio de Janeiro, em decorrência das ocupações existentes às margens da rodovia.
É o que informou o diretor-superintendente da empresa, Carlos Eduardo Xisto, durante a reunião trimestral do Grupo Permanente de Acompanhamento Empresarial do Estado, promovido pela Vieira Rosemberg.
Em sua apresentação, ele explicou que está sendo feito o detalhamento final para iniciar a ampliação da rodovia de Guarapari a Anchieta. "A expectativa é anunciar o início das obras, se possível, no primeiro trimestre", pontuou. Daí por diante há um impasse causado por 50 processos que tramitam na Justiça.
Tratam-se de 12 edificações e 38 cercas e plantações que impactam diretamente na realização das obras. São construções localizadas às margens da BR 101. Segundo Xisto, é preciso resolver estas pendências para se planejar a duplicação na região, uma vez que elas interrompem o traçado das obras em vários pontos.
Atualmente a empresa está na reta final da duplicação entre as cidades de Viana e Guarapari, cuja conclusão está prevista para maio do próximo ano. No total, vão ser realizados 30 quilômetros de obras. "Já entregamos nove quilômetros em setembro e outros seis em outubro", explicou Xisto.
A expectativa para 2020 é de realizar mais 30 quilômetros de duplicação, que serão concluídos até 2021, quando será iniciada a duplicação de outros 29,5 quilômetros. No mesmo período devem ser investidos R$ 469 milhões, dos quais R$ 248 milhões seriam destinados para obras de duplicação no próximo ano.
Para 2021 estão previstos outros 305 milhões, sendo R$ 87 milhões para duplicações. Os valores estão condicionados a liberação de licenças ambientais e as desapropriações e desocupações das áreas de faixa de domínio, ou seja, às margens da rodovia. Devem ser gerados ainda, com as obras, cerca de 2 mil empregos. Do total, 500 seriam diretos e outros 1.500 indiretos.
Já as obras do Trecho Norte, entre as cidades da Serra e Pedro Canário, não há previsão para o início das obras. São 262 quilômetros que precisam ser duplicados mas que não contam com a liberaçãop do licenciamento ambiental.
A autorização foi negada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e também pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em decorrência de obras que teriam que ser realizadas no trecho que corta a Reserva Biológica (Rebio) de Sooretama.
O Ibama autorizou a realização de audiências públicas na região, mesmo sem o licenciamento, o que ocorreu nos dias 25 e 29 de novembro deste ano. Agora aguarda-se a definição sobre as alternativas para a obra. Dentre o que está sendo avaliado está a suspensão da duplicação no trecho da reserva ou a construção de um retorno que acrescentaria pelo menos cerca de 60 quilômetros ao traçado da rodovia.
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