Nem começou, mas a instalação da tirolesa fixa no Morro do Moreno já começa a gerar polêmica. O Instituto Jacarenema de Pesquisa Ambiental, que estuda espécies de bicho-preguiça que vivem no morro, anunciou que vai acionar o Ministério Público do Estado do Espírito Santo, pedindo que o órgão entre com uma ação para barrar a estrutura.
A alegação da ONG é de que os locais escolhidos para serem utilizados como pontos de descida e de chegada são áreas de proteção permanentes, diferentemente do que foi informado pela Prefeitura de Vila Velha.
Outro argumento usado é de que esses pontos, principalmente a Pedra da Testa, servem como abrigos para duas espécies de bicho-preguiça. Uma delas, a Bradypus torquatus está em extinção.
"Ela está classificada na lista vermelha, o nível máximo de perigo. O ponto de descida é um local onde as pessoas chegam pelo cabo gritando, o que afeta a rotina dessas espécies, afeta o comportamento alimentar delas. Por exemplo, quando o Morro do Moreno é visitado por muita gente, o animal passa o dia sem se alimentar", justifica o presidente da ONG, Petrus Lopes, afirmando que estudos sobre as espécies feitos pelo Instituto já foram publicados em artigos científicos.
Após o Instituto entrar em contato com o Gazeta Online e relatar que tomaria essas medidas, a reportagem voltou a procurar a Eco Vertical, empresa que vai operar a tirolesa, e a Prefeitura de Vila Velha, que autorizou a instalação.
A Eco Vertical informou que possui toda a documentação que regulariza a implantação do projeto.
"A minha atividade é contemplada dentro dos estudos da prefeitura. Tudo que a prefeitura exigiu, eu cumpri para a instalação e estou cumprindo também o que ela pede para posteriormente ter o alvará de funcionamento. Tenho pareceres de biólogos, geógrafos, profissionais da própria Prefeitura", comentou um dos sócios, Alex Magnago.
Já a Prefeitura de Vila Velha disse que só vai se pronunciar caso seja notificada pelo Ministério Público. O Ministério Público foi demandado pela reportagem, mas ainda não se posicionou.
MORADORES
A Associação dos Moradores do Morro do Moreno (AMMOR) informou que ficou sabendo do projeto da tirolesa pela imprensa e que não foi convidada para participar de nenhuma discussão sobre o assunto. Segundo o presidente da associação, Carlos Sales, os moradores vão se reunir nesta quarta-feira (07) para avaliar o que foi anunciado pela empresa Eco Vertical e pela prefeitura.
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