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Ônibus na Grande Vitória: entenda como ficou a greve

Ônibus na Grande Vitória: entenda como ficou a greve

Paralisação dos ônibus foi suspensa.  Rodoviários e empresas sentam para negociar propostas durante três dias nesta semana

Publicado em 1 de dezembro de 2019 às 21:15

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Ônibus circulam normalmente nesta segunda-feira. Greve foi suspensa pelos rodoviários . (Carlos Alberto Silva)

A greve dos rodoviários, que estava prevista para esta segunda-feira (02), foi suspensa após audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na última sexta-feira (29). A tentativa de acordo foi intermediada pela desembargadora Ana Paula Tauceda, que apresentou uma proposta para os sindicatos dos trabalhadores e patronal. A principal reivindicação dos rodoviários é o reajuste dos salários.

A proposta apresentada por Tauceda vai ser discutida pelas categorias até a próxima quarta-feira (04), quando acontecerá uma assembleia dos rodoviários para decidir se aceitam ou não o que foi negociado. Durante três dias, rodoviários e empresários vão se reunir no Ministério Público do Trabalho para discutir a proposta. Confira o que foi apresentado:

Audiência de conciliação entre funcionários e empresas do setor rodoviário da Grande Vitória. (Iara Diniz - 29/11/2019)

Apesar do reajuste de 3,04% ser bem abaixo do que foi solicitado pelos rodoviários, que tinham pedido 9% de aumento, o presidente dos Sindirodoviários, José Carlos Salles, disse que o valor é apenas um ponto de partida para a negociação. Ele prometeu sentar para discutir com o sindicato patronal e garantiu que os ônibus vão circular normalmente na Grande Vitória nesta segunda-feira.

"Atendendo a um pedido do Tribunal, estamos suspendendo a greve e indo para uma mesa de negociação. A proposta da desembargadora foi uma sugestão, que vai ser discutida durante estes três dias. Tendo um avanço ou não, vamos deliberar em assembleia na quarta-feira", declarou. 

PRIMEIRO DIA DE NEGOCIAÇÕES

Iniciada às 13h20 desta segunda-feira (02), a primeira reunião de negociações durou aproximadamente duas horas e terminou sem acordo. Na mesa estavam representantes do Sindirodoviários (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Espírito Santo), do GVBus (Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória) e do Setpes (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Espírito Santo).

De acordo com o diretor Elias Baltazar (GVBus), não houve avanço no primeiro dia de reuniões. O sindicato, agora, será o responsável pelas negociações, em nome dos empresários, já que o Setpes abriu mão da participação, conforme consta na ata da audiência.

Primeira rodada de negociações entre rodoviários e empresários, aconteceu no Ministério Público do Trabalho, na Enseada do Suá, em Vitória. (Larissa Avilez)

Do outro lado do impasse, o presidente José Carlos Sales (Sindirodoviários) ressaltou que esta foi apenas a primeira rodada de negociações, mas que foi possível conversar e que a entidade está disposta a chegar a um acordo, assim como as empresas. Quatro diretores do sindicato também estiveram presentes.

Por fim, a procuradora do trabalho, Maria de Lourdes Hora Rocha, que presidiu a audiência, mostrou-se confiante em um acordo. "Apesar de a assembleia poder não concordar com as propostas e de não precisar de um novo edital, nós não trabalhamos mais com a possibilidade de greve", garantiu.

DEMANDAS DOS RODOVIÁRIOS 

O impasse no valor do reajuste dos salários é o principal motivo para a ameaça de greve. Contudo, outras reivindicações também contribuíram para o conflito entre empresários e rodoviários, como redução da jornada de trabalho e mudança da data-base. Veja o que está sendo pedido e oferecido pelas categorias:

Reajuste

Os rodoviários querem um reajuste de 9% nos salários mais a inflação. As empresas ofereceram 2,54% em cima do salário, tíquete alimentação e plano de saúde. Os dois sindicatos voltam à mesa de negociação para discutir o valor proposto pela Justiça de 3,04%.

Plano de saúde

Os rodoviários querem que o plano de saúde seja pago integralmente pela empresa. Atualmente, o plano funciona de forma participativa e o trabalhador arca com uma parte do plano. A GVBus (Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória) ofereceu um reajuste de 2,5% no valor pago pelas empresas na parte do plano de saúde.

Jornada de trabalho

Os rodoviários pedem que a jornada de trabalho seja reduzida para 6 horas. Hoje em dia, motoristas e cobradores trabalham 7 horas e 20 minutos, durante seis dias da semana. A GVBus disse que não discute redução de jornada de trabalho.

Data-base

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A data-base é quando acontece as negociações de reajuste de salário dos empregados. Os rodoviários querem que a data-base, que hoje é em novembro, seja mudada para maio. Eles alegam que isso daria a eles a chance de realizar uma negociação mais justa em relação à inflação e também ao preço das passagens, que aumenta em dezembro. A Justiça propôs que a data-base seja realizada em agosto. Este ponto também será negociado durante os próximos dias. 

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