O Espírito Santo atingiu a marca de 430 casos confirmados do novo coronavírus e de 14 mortes em decorrência da pandemia além de mais de 1.500 pessoas que ainda aguardam o resultado dos testes para saber se estão ou não com a doença, segundo dados da Secretária Estadual de Saúde (Sesa) até as 20h desta segunda-feira (13). Mas o que todos esses números significam? Como está o Estado diante do cenário nacional?
Considerando o número de casos confirmados da Covid-19 divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Ministério da Saúde, o Espírito Santo está no 13º lugar entre os 26 estados, mais o Distrito Federal. Nesta atualização, o Estado capixaba aparece com 430 infectados.
Também no chamado Painel do Coronavírus, o Espírito Santo aparece com o registro de 14 mortes. Número que o coloca atrás de 15 estados, que registraram mais óbitos em decorrência do novo coronavírus, conforme os dados computados pelo Ministério da Saúde até a data.
Já quando o número de infectados leva em conta o total da população, o cenário capixaba muda negativamente e pula para o 10º pior cenário do país. Isso, porque a cada 1 milhão de pessoas, 106 são diagnosticadas com a doença número próximo à média nacional, de 111 casos para cada 1 milhão de habitantes.
Ou seja, se a proporção de infectados aumentar entre os capixabas, o Espírito Santo pode entrar no índice considerado de atenção, que engloba os estados que estão com uma taxa de incidência superior à nacional, mas que não a superam em 50%. Atualmente, estão nesta situação Roraima e Pernambuco.
Se comparada a quantidade de mortes causadas pelo novo coronavírus à população local, o Espírito Santo também aparece com o 11º pior cenário do país, ao lado de outros quatro estados: Acre, Santa Catarina, Paraíba e Paraná. Todos com uma média de três óbitos a cada 1 milhão de habitantes.
Tal taxa coloca o Estado capixaba também abaixo do índice nacional, que está em seis mortes para cada 1 milhão de pessoas. Quem lidera esse triste ranking é Amazonas (17), seguido por São Paulo (13), Rio de Janeiro (11), Pernambuco (11) e Ceará (10).
De quem contrai o novo coronavírus no Brasil, 5,7% acaba morrendo. Ou seja, a cada 100 pessoas infectadas no país, mais de cinco estão falecendo em decorrência das complicações da doença. Essa é a chamada taxa de mortalidade, que no Espírito Santo está em 3,2%, segundo os dados do Ministério da Saúde.
Essa porcentagem faz com que o Estado apresente o 9º quadro mais grave do país uma piora significativa em relação ao relatório do dia anterior, em que o Espírito Santo aparecia entre os quatro melhores cenários, com uma taxa de mortalidade maior apenas que Mato Grosso do Sul, Amapá e Distrito Federal.
Diante de todos esses números e junto das projeções relacionadas à transmissão, o Governo do Estado estima que o Espírito Santo chegue à marca de 1.000 casos confirmados do novo coronavírus nesta semana período que é apontado como um dos mais críticos da pandemia.
A expectativa atual anunciada pelo subsecretário estadual de vigilância em saúde Luiz Carlos Reblin revela a importância das ações de distanciamento social. Na semana passada, ele mesmo revelou que estudos iniciais apontavam a possibilidade de 6 mil casos confirmados da Covid-19 se tais medidas não fossem impostas.
Contrariando as evidências e as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o capixaba tem saído mais. De acordo com o levantamento de uma empresa de tecnologia, a adesão ao isolamento social caiu de 73% para 47,9% ficando abaixo da média nacional de 49% e bem abaixo do recomendado, que gira em torno de 70%.
O impacto negativo gerado pela mudança de postura em terras capixabas vai ser percebido nas próximas duas ou três semanas, de acordo com secretário estadual de saúde Nésio Fernandes. Vale lembrar que no primeiro mês da pandemia no ES, foram registrados 209 casos; mas que só na última semana estes já saltaram para 430.
Para tentar conter a transmissão do novo coronavírus, o governador Renato Casagrande (PSB) manteve o fechamento do comércio até, pelo menos, o próximo dia 19 de abril. A abertura de estabelecimentos considerados está permitida. Lojas de peças automotivas e de material de construção podem abrir em horário reduzido.
Em situação semelhante dos demais governos estaduais e federais, o Espírito Santo briga por respiradores para o tratamento dos pacientes da Covid-19. O Estado já adquiriu 284 aparelhos do tipo. A maior parte deles deve chegar até o próximo mês de maio, mas 90 já estão equipando os 140 leitos de UTI disponíveis para atendimento.
Um estudo feito por um núcleo da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) mostrou que o Estado tem um total de 1.468 respiradores. O que significa um para cada 2.700 habitantes. A quantidade destinada à pandemia já foi classificada como insuficiente pelo próprio Casagrande.
No início da pandemia, a expectativa do governo do Espírito Santo era criar 300 unidades de terapia intensiva (UTI) para atender exclusivamente os pacientes diagnosticados com o novo coronavírus. Depois, a estimativa passou a oscilar entre 300 e 400; mas desde a semana passada, a projeção é ter 440 novos leitos do tipo.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), estratégias como a criação de hospitais de campanha e a utilização de leitos em hospitais privados podem ser adotadas futuramente, caso a ocupação da rede estadual atinja determinados patamares estipulados pelo Governo Federal.
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