Uma passageira ficou presa na roleta de um ônibus em Guarapari, no litoral do Espírito Santo. Elisângela Pereira, 38 anos, disse pela manhã à TV Gazeta que chegou a pedir ao motorista e ao cobrador para pagar passagem e entrar pela porta do meio, mas eles teriam afirmado que ela teria, necessariamente, que usar a roleta.
Porém à tarde, em entrevista para A Gazeta, Elisângela contou que na verdade não pediu para entrar pela porta do meio. Ela solicitou que a porta fosse aberta para a mãe dela, que é idosa, já que o ônibus estava cheio e não tinha lugar na parte da frente.
O caso aconteceu na tarde dessa segunda-feira (30). Segundo o relato de Elisângela, ela pegou o coletivo com a filha e o sobrinho, além da mãe, que é idosa, para ir até o Centro de Guarapari. Ao ver que o ônibus estava lotado, ela pediu ao motorista para que a mãe e as crianças entrassem pela porta do meio, que ela pagaria as passagens.
"Não tinha como minha mãe ficar na frente do ônibus, não tinha lugar. O motorista abriu a porta do meio para a minha mãe e as crianças. Eles entraram e eu continuei na parte da frente. Aí o motorista disse que estava errado, que era obrigação de todas as pessoas passar pela roleta. Aí eu falei: 'Beleza', e tentei passar pela roleta", lembrou.
Contudo, Elisangêla acabou ficando presa e não conseguiu passar. Neste momento, de acordo com ela, várias pessoas que estavam no coletivo ficaram revoltadas. Algumas filmaram a situação, para criticar o que tinha acontecido. Outros porém, começaram a debochar da passageira.
"Ficaram rindo da minha cara, tirando fotos, filmando. Eu fiquei muito constrangida", contou.
Ao perceber que Elisângela estava presa e não conseguia sair, o motorista dirigiu o coletivo até o Corpo de Bombeiros. O trajeto durou cerca de 25 minutos, segundo a passageira. Os bombeiros até tentaram, mas não conseguiram ajudar e foi preciso a chegada do mecânico da viação de ônibus para soltar a roleta.
"Em nenhum momento alguém me pediu desculpas. Eu pedi várias vezes para parar o ônibus, porque estava me machucando na roleta, mas eles continuaram dirigindo. Nunca fui tão humilhada", afirmou.
Em nota, a viação que faz a linha de ônibus negou que ela tenha sido obrigada a passar. "Segundo o gerente operacional da empresa, Edmilson da Vitória, o motorista não obrigou a passageira transpor a roleta, mas irá apurar a veracidade do ocorrido", diz o texto.
E completa: "A orientação neste caso, é que o passageiro não passe pela roleta, pague a passagem e somente rode a roleta com as mãos, não é necessário transpor a roleta, podendo desembarcar pela porta dianteira".
Já a Prefeitura de Guarapari afirmou que trata-se de uma questão de bom senso do motorista e do cobrador e que "cabe à empresa orientar seus funcionários. Permitir a entrada pela porta sem roleta e fazer a cobrança da passagem. A passageira pode procurar seus direitos judicialmente pelos danos morais sofridos", destacou, em nota.
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