"Com diálogo e sabendo conversar, você se aproxima de qualquer grupo". Com essas palavras o sargento Willian Rodrigues define o contato que teve junto a um grupo de aproximadamente 20 adolescentes, no último dia 8 de novembro, na praça Marechal Deodoro da Fonseca, em Cariacica Sede, na Grande Vitória.
Era por volta das 19h30 quando os jovens estavam fazendo uma roda de hip hop, próximo à Igreja São João Batista, e a Polícia Militar foi acionada. O motivo, a princípio, seria que o som do grupo estaria atrapalhando a realização da missa.
"A princípio fomos acionados com a informação de que uma galera tocando hip hop estaria atrapalhando a realização da missa por conta do barulho. Mas, chegando lá, tive uma conversa com os jovens para ver o que estava acontecendo. A conversa foi bem tranquila. Eles ficaram de respeitar o horário de realização das missas e que iriam procurar o padre para conversar sobre um outro horário para poder tocar o som do grupo", recorda o sargento que atua na 4ª Companhia do 7º Batalhão da região de Cariacica Sede.
Após a conversa, o sargento realizou uma postagem sobre o episódio na rede social . A publicação chegou a atingir 2 milhões de visualizações e 17 mil compartilhamentos, até a manhã deste domingo (15). Ele se disse surpreso, mas feliz, com a repercussão.
"Não imaginava mesmo a repercussão. O que eu até percebi, num primeiro momento, era um sentimento de preconceito de algumas pessoas com o hip hop, o associando a algumas coisas negativas que acontecem no funk. Mas o nosso olhar tem que ser sem generalizações", defende.
Para o Sargento Willian, o momento vivido pela segurança pública no País exige também uma postura diferenciada por parte dos agentes públicos. "A gente está passando por um momento muito complexo no Brasil e de generalizações de culturas. Eu, enquanto agente público, sou cumpridor da lei. E, enquanto cumpridor da lei, tenho que sempre valorizar o diálogo. A força física só deve ser usada em último caso", explica.
Por fim, ele destaca como vê a importância de espaços públicos, como a praça, para o convívio pacífico. "A praça é um espaço público, ou seja, é de todos. Por outro lado, eu só fiz o meu trabalho. Fica a lição de que o diálogo é sempre a melhor opção", finaliza.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta