O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Espírito Santo (Sindirodoviários) já anunciou que vai entrar em greve nesta segunda-feira (2). A decisão se deve principalmente a problemas na negociação do reajuste de salário com as empresas. O aumento oferecido foi de 2,54%, mas os rodoviários pedem 10%.
A previsão dos rodoviários é que 30% da frota dos ônibus circule nesta segunda, conforme manda a lei. Porém, o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) entrou com um pedido de liminar para que 100% - ou pelo menos 90% dos coletivos - estejam nas ruas no horário de pico e 70% nos demais horários. Para tentar resolver esse impasse, a Justiça marcou uma audiência de conciliação com rodoviários e empresas nesta sexta-feira (29).
Apesar da briga do valor do reajuste ser o principal motivo da greve, outras reivindicações também contribuíram para a paralisação das atividades dos ônibus. A Gazeta fez um ponto a ponto do que querem os rodoviários e o que oferecem as empresas. Confira:
Os rodoviários pediram um reajuste de 10% no salário para 2020. Já as empresas, ofereceram o aumento de 2,54% em cima do salário, ticket alimentação e plano de saúde. A GVBus alega que o valor está "fora da realidade", tendo em vista a inflação acumulada no período (2,54%).
Os rodoviários pedem que a jornada de trabalho seja reduzida para 6 horas. Hoje em dia, motoristas e cobradores trabalham 7 horas e 20 minutos, durante seis dias da semana. A GVBus disse que não discute redução de jornada de trabalho.
Os rodoviários pedem que seja criado o posto de "auxiliar de bordo para motoristas". De acordo com o Sindicato, é uma forma de garantir a utilização do cobrador em outras funções no caso de ônibus que não possuem mais cobradores. A GVBus diz que não discute a criação desta função.
A circulação de ônibus sem cobradores foi, inclusive, o motivo da greve dos rodoviários em agosto deste ano. A frota de ônibus ficou reduzida durante dois dias na Grande Vitória, gerando diversos transtornos. A greve terminou após negociação com o governo, que garantiu cursos de qualificação para cobradores, além de realocação da função e outras propostas.
A data base é quando acontece as negociações de reajuste de salário dos empregados. Os rodoviários querem que a data base, que hoje é em novembro, seja mudada para maio. Eles alegam que isso daria a eles a chance de realizar uma negociação mais justa em realização à inflação e também ao preço das passagens, que aumenta em dezembro. A GVBus diz que não discute mudança da data base para qualquer outra data.
Os rodoviários querem que o plano de saúde seja pago integralmente pela empresa. Atualmente, o plano funciona de forma participativa e o trabalhador arca com uma parte do plano. A GVBus ofereceu um reajuste de 2,5% no valor pago pelas empresas na parte do plano de saúde.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta