Com mais pessoas em casa por conta da recomendação para que evitem ir às ruas desnecessariamente em decorrência da pandemia de coronavírus, o consumo de gás de cozinha aumentou nos últimos dias e tem provocado uma corrida às revendedoras em muitos municípios.
Neste sábado (11), em menos de trinta minutos, o estoque de 100 botijas recebidas por uma distribuidora na Grande São Pedro, em Vitória, se esgotou, sendo insuficiente para atender a longa fila de pessoas que aguardavam do lado de fora do estabelecimento.
A esposa do proprietário do local, Luana Bessa, explicou que, além da aumento do consumo domiciliar de gás, as pessoas estão comprando mais de uma botija, com o receio que falte o produto.
"Temos observado essa situação. As pessoas estão com medo de ficar sem gás, mas isso não está acontecendo. Ocorre que diminuiu a quantidade de botija que normalmente recebemos aqui. Em dias normais, vendemos cerca de 120 botijas. Hoje recebemos 100 e vendemos rapidamente. Muitos chegam com duas ou mais botijas vazias, mas estamos limitando a uma por cliente para evitar que mais pessoas fiquem sem gás. Se uma pessoa tem duas, outra pode ficar sem", disse a representante da Bessa Gás, localizada na Rua Augusto Teixeira, em São Pedro.
A situação encontrada na revendedora se repetiu em outros estabelecimentos da região. Luana garante que, ainda assim, não ocorre desabastecimento e pede que a população evite comprar mais de uma botija.
"Aqui na região todas as revendas estão na mesma situação. O gás chega e acaba rápido. Muitos se identificam como representantes de restaurantes e por isso precisam de mais gás. Ontem (sexta-feira) não vendemos porque era feriado e não chegou botija. No domingo (12) também não funcionaremos porque não teremos também, mas já na segunda receberemos uma nova quantidade. É preciso que as pessoas tenham prudência e pensem coletivamente, pois está difícil para todos", disse Luana.
Embora a procura tenha crescido, a empresária salientou que o preço do gás segue inalterado. Para quem compra no local, o valor é de R$ 70,00. Para quem pede por telefone, a botija de 13 quilos sai a R$ 75,00.
A Petrobras afirmou que, no caso do GLP, está compensando a elevação do consumo com a importação do produto. Dois dos três navios já chegaram ao Porto de Santos e outro deve atracar no país nos próximos dias para atender à demanda. A empresa ainda ressaltou, em nota, que as entregas do gás estão garantidas e que não há necessidade dos consumidores estocarem botijões.
O primeiro navio, com capacidade adicional de 20 milhões de quilos de GLP (equivalente a 1,6 milhão de botijões P13), chegou ao Porto de Santos (SP) no dia 30 de março.
Segundo a Petrobras, no mês de março, as vendas de GLP (gás de cozinha) totalizaram 615 mil toneladas em todo o Brasil, 8 mil toneladas acima da quantidade inicialmente acordada com as distribuidoras. A empresa afirma ainda que a procura pelo GLP aumentou na contramão dos demais combustíveis, como gasolina e o diesel, que sofreram grande queda nas vendas.
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