Distanciamento social e higiene são ações imprescindíveis para minimizar a contaminação pelo coronavírus. Esses fatores são indiscutíveis pelos médicos e demais especialistas em saúde pública. Mas as máscaras de proteção teve dois momentos diferentes na pandemia. Inicialmente contraindicada para o público em geral, as máscaras passaram a serem recomendadas pelo Ministério da Saúde. Agora, até máscaras de pano podem ser confeccionadas em casa e usadas.
A mudança de posicionamento do próprio Ministério da Saúde vem de observações de médicos a nível mundial, sendo adotado em diversos países. Para a infectologista Rubia Missio, há motivos para essa alteração de indicação.
"Apesar de a orientação em não utilizar máscaras, a população seguiu comprando máscaras e esse consumo de pessoas comuns acabou afetando a disponibilidade de máscaras para os profissionais do serviço de saúde. A população em geral tem menos contato repetido com outras pessoas que tem coronavírus, então, o Ministro da Saúde recomendou o uso de máscaras de pano", afirmou.
A médica também explicou que as máscaras não são muito úteis para prevenir o contágio de quem a usa. "Elas teriam uma utilidade importante nas pessoas que estão com os sintomas, pois podem evitar que as secreções respiratórias de quem está gripado entre em contato com quem não está doente. As secreções ficam dentro das máscaras. Além disso, com as máscaras de pano, as pessoas comuns param de consumir as máscaras descartáveis que os profissionais da saúde tem necessidade", pontuou Rubia Miossi. Ou seja, as pessoas que utilizassem máscaras de tecido transmitem menos o vírus.
O infectologista Lauro Ferreira diz que o uso de máscara é sugerido em locais onde há alto índice de transmissão. "As cidades com muitos registros ou em locais onde é difícil manter a distância adequada, como ônibus e metrô. Essa mudança de orientação também visa manter que as máscaras das lojas fiquem para os profissionais de saúde", afirmou.
A orientação é que em casa só deve utilizar a máscara quem estiver com sintomas. "A ideia é ficar com a máscara a maior parte do tempo que estiver acordado, retirar a máscara somente para comer e tentar se alimentar distante das demais pessoas. Pessoas assintomáticas não devem usar a máscara em casa, somente quando ferem sair na rua", explicou Rubia Miossi.
A infectologista também ensinou algumas normas básicas para o uso da máscara. "Não tocá-la com as mãos, sempre retirá-la pelas fitinhas de atrás da orelha ou da cabeça. Nunca tocar a máscara na frente dela ou dentro com as mãos, pois a contaminamos. Também não devemos ficar passando a mão no rosto quando estivermos com a máscara e continuar higienizando as mãos como se não estivesse com as máscaras", completou a médica.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que o uso de máscaras é recomendado em pacientes doentes e profissionais de saúde, de acordo com protocolos de saúde já estabelecidos no Brasil. Por isso, no início da pandemia não eram aconselhados para a população.
A Sesa ressalta que a população pode aderir ao uso da máscara em conjunto com as medidas de proteção já recomendadas, pois o uso dela não substitui a necessidade de isolamento dos sintomáticos e nem os cuidados como a higienização frequentes das mãos, cuidados ao tossir ou espirrar e o afastamento social.
O Ministério da Saúde afirma que, para a máscara caseira ser eficiente, ela precisa seguir algumas especificações: a máscara tem que ter pelo menos duas camadas de tecido em algodão, tricolini, TNT e ser de uso individual (não pode ser usada por mais ninguém). Vale lembrar que todas devem ser desenhadas e higienizadas corretamente, além de ter tamanho suficiente para cobrir totalmente a boca e nariz e ficar bem ajustadas ao rosto.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta