Entre novembro do ano passado e o início de janeiro de 2020, a prefeitura de Vila Velha recolheu 586 quilos de caramujos africanos nas praias da Costa, Itapoã e Itaparica. Comum na orla, o animal se alimenta de restos orgânicos e se aproveita de tempos chuvosos. A limpeza, segundo a prefeitura, é feita duas vezes por dia, mas parecem não ser suficientes para cessarem as reclamações de moradores, que se dizem preocupados com a transmissão de doenças.
Leitores de A Gazeta enviaram fotos e vídeos dos moluscos nas areias de Vila Velha reclamando da falta de limpeza. A moradora Ligia Medeiros disse que muitas pessoas não sabem que o contato com o caramujo pode ser prejudicial e relatou também que se surpreendeu ao encontrar o animal na areia da praia.
"Já tinha visto há um tempo, mas o que achei estranho foi a presença deles na areia da praia. Até então só tinha visto perto da restinga. Muitos turistas não sabem da gravidade do contato com o animal, que pode transmitir doenças", respondeu Ligia.
Porém, segundo o biólogo da Secretaria Municipal de Saúde de Vila Velha, Júlio Cola, não é possível afirmar que todos os moluscos transmitem doenças, já que nem sempre estão contaminados.
"O problema só existe se eles estiverem contaminados com alguma doença, o que é impossível verificar a olho nu. Neste caso, seria prejudicial às pessoas caso houvesse um contato direto. O mesmo é válido para todos os animais desconhecidos, não deve haver o contato direto, seja com o caramujo africano ou com outro animal", completou o biólogo.
De acordo com a prefeitura de Vila Velha, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsu), as equipes de limpeza atuam nas restingas das praias da Costa, Itapuã e Itaparica, catando os caramujos africanos. O ato consiste em recolher os animais, que são incinerados e levados para um aterro sanitário. O trabalho de cata é realizado diariamente, no início das manhãs e nos finais de tarde.
A secretaria afirma que até o dia 16 de janeiro não havia recebido nenhum registro de pessoas que foram contaminadas pelos moluscos. Ainda lamentou o fato de os frequentadores jogarem lixo nas praias, o que favorece a proliferação do caramujo africano.
A reprodução do molusco, que tem como fator principal a umidade do local, foi registrada em números pela prefeitura. No início do mês de dezembro 2019, em apenas um dia, os funcionários recolheram 140 quilos de caramujos africanos. Os números enviados pela prefeitura, que vão de julho de 2018 a janeiro de 2020, evidenciam que a cata dos moluscos é maior no fim do ano, por conta das chuvas.
Não se coloca o dedo no animal desconhecido, isso vale para todas as espécies, inclusive o caramujo africano. Evite o contato direto. Ao encontrar o caramujo, ligue para ouvidoria 162.
O problema só existe se eles estiverem contaminados com alguma doença, o que é impossível verificar a olho nu. Neste caso, seria prejudicial às pessoas caso houvesse o contato direto. O mesmo é válido para todos os animais desconhecidos, não deve haver o contato direto.
O ideal é usar uma luva, uma barreira física, caso vá encostar no caramujo. A pessoa precisa destruir o animal, cloro e cal podem ser usados. É preciso tomar os devidos cuidados em qualquer forma de eliminação.
Eles procuram umidade. Apesar do sol, existem pontos escuros na restinga fechada. Além disso, gostam de acesso fácil a alimento. Espécies vegetais existem ali na restinga. O descarte de lixo da população, seja de alimentos, fezes de animais, também favorece a existência dos caramujos.
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