Foi votado na última quarta-feira (10) na Câmara de Vitória um projeto que pretende regulamentar junto à Prefeitura de Vitória o evento "Na Lama", realizado na Rua da Lama, em Jardim da Penha. O texto, aprovado por dez votos a dois, inclui três eventos semanais no local - às terças, quintas e sábados - no calendário oficial da prefeitura. A proposta foi recebida com entusiasmo por comerciantes e organizadores de eventos culturais, mas a associação de moradores do bairro afirma que não houve diálogo e que as famílias deveriam ter sido consultadas na construção da proposta.
O coordenador geral da Associação de Moradores de Jardim da Penha (AMJAP), Peterson Pimentel, disse que até a manhã desta quinta-feira (11), a associação sequer tinha conhecimento da existência do texto do vereador Vinícius Simões. Fomos surpreendidos com a notícia pela imprensa. Mandei a informação para vários grupos de moradores que gerencio para ouvir as opiniões, disse.
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Segundo ele, não foi feita nenhuma discussão com a comunidade. Era importante que houvesse um debate aberto. Tudo que traz entretenimento para o bairro é positivo, as famílias querem isso. Mas é importante que possamos garantir a qualidade de vida das pessoas, afirmou.
As principais reclamações dos moradores de Jardim da Penha quando há esses eventos na Rua da Lama é com o uso de drogas, a sujeira deixada no local e com o som alto, que segue até de madrugada. Eles também afirmam que, por conta da aglomeração de pessoas, muitos moradores ficam impedidos de chegar ou sair de suas casas.
Diogo Cypriano, que organiza o evento Som de Fogueira, na Rua da Lama, às terças-feiras, afirma que o projeto vai ajudar a sanar ou minimizar esses problemas. A prefeitura sendo protagonista desses eventos - e não mais os comerciantes ou estudantes - ela terá como obrigação colocar lixeiras, banheiros químicos e policiamento, por exemplo, disse.
Para Diogo, as dificuldades enfrentadas pelos moradores decorrem justamente da ausência do poder público no local. Essas festas já existem e a prefeitura ignora. A Rua da Lama tem uma vocação cultural, é um ponto turístico, não apenas local de bagunça, afirma.
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Ele lembra que, nos quatro anos do projeto Som de Fogueira, nunca foram registradas ocorrências. Diogo afirma ainda que 420 artistas já passaram pelo palco, de diversos estilos. "É o evento mais eficiente que a Capital tem. E é democrático. A rua tem essa vocação, se der democrática", avalia.
O vereador Vinícius Simões esclarece que o projeto tramita desde agosto de 2018 e que vem para regulamentar as festas. O objetivo é criar regras: horário de início e de fim, extinção dos carros de som, fiscalização de ambulantes, presença de segurança. Tudo isso mantendo o protagonismo cultural e desenvolvendo o turismo e a gastronomia.
O projeto, agora, segue para sanção do prefeito Luciano Rezende.
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