Com o avanço do coronavírus e da busca por tratamentos que possam combater à doença, está em debate no mundo o uso da cloroquina, medicação que é utilizada para tratamento de doenças autoimunes, como lúpus, mas que médicos estão utilizando no combate a casos graves da Covid-19. Diante desse efeito, surge a dúvida para pessoas que já administram o medicamento: quem já faz o uso da cloroquina fica imune ao coronavírus?
Segundo o médico Henrique Bonaldi, ainda não há evidências científicas para isso no mundo. Ele participou do Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, nesta quina-feira (09). De acordo com o especialista, a medicação é segura em casos de indicação de uso e com acompanhamento médico, já que a substância possui efeitos colaterais graves.
É uma medicação segura para quem tem indicação de uso, mas ela tem efeitos colaterais gravíssimos. Ela tem efeito colateral para cegueira, para dificuldade de visão, para fígado e o efeito colateral de arritmia cardíaca, em que a pessoa pode morrer em minutos. Os pacientes que fazem uso são bem monitorados, por conta das complicações da medicação, disse.
Ainda segundo o médico, estão sendo observados resultados positivos na administração da cloroquina em pacientes graves com Covid-19. Até a última semana, apenas pacientes críticos, já em UTI, recebiam a substância. Agora, pacientes também graves, que apresentam sintomas como febre alta e falta de ar, mas que ainda não estão no respirador, estão recebendo o remédio e apresentando um bom enfrentamento à doença.
No entanto, Henrique ressalta que a decisão da aplicação cabe ao médico e em casos específicos. O especialista reforça a orientação de que as pessoas não tomem por conta própria pelos efeitos colaterais já citados.
Não é medicação preventiva, não é medicação para quem tem febre, não é medicação para o jovem. Ela não faz efeito nenhum para quem não está grave. Não é uma medicação que eu escolho, se eu tomo ou se eu não tomo. Isso está na responsabilidade técnica do médico, até porque na hora que ele carimba a receita, ele está dividindo a responsabilidade. Tem que ser dado para o tipo de pessoa que eu sei que não vai complicar e que sei que a vida dela está complicada pela Covid-19. Esse é o cenário hoje, destacou.
Henrique Bonaldi afirma que os protocolos de uso da substância estão sendo indicados pelos resultados positivos constatados e por estar em meio à pandemia, o que exige medidas emergenciais de combate à doença. No entanto, informou que especialistas do mundo inteiro estão concluindo estudos que podem comprovar cientificamente a eficácia do medicamento e que dados oficiais devem ser noticiados nos próximos dias. Enquanto isso não acontece, o médico reforça a necessidade do isolamento social.
A mesma angústia que a população tem, nós médicos também temos. A gente reza do mesmo jeito para essa medicação fazer efeito. As notícias são promissoras, mas não são oficiais. E elas vão se tornar oficiais com o crivo da sociedade científica do mundo para dizer se isso é verdade ou não. O fato é que a liberação da semana passada já para pacientes graves 'pré-tubo' e 'pré-UTI' já tem se mostrado muito efetivA para diminuir o número de pessoas que entram nessa situação. O que nos cabe é se acalmar e esperar a comunidade médica e científica trazer essa notícia. Porque para a população que não está nessa linha de frente, para nós que estamos em casa, esse isolamento social é o que basta. O que salva a vida é continuar em casa, completou.
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