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Quem já faz uso de cloroquina fica imune ao coronavírus?

Quem já faz uso de cloroquina fica imune ao coronavírus?

Substância é indicada para tratamento de doenças autoimunes, mas está apresentado resultados positivos contra o novo coronavírus. No entanto, médico reforça importância do isolamento

Publicado em 9 de abril de 2020 às 11:19

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Henrique Bonaldi, médico e professor universitário, fala sobre coronavírus
Henrique Bonaldi, médico e professor universitário, fala sobre coronavírus. (Reprodução / Vídeo)

Com o avanço do coronavírus e da busca por tratamentos que possam combater à doença, está em debate no mundo o uso da cloroquina, medicação que é utilizada para tratamento de doenças autoimunes, como lúpus, mas que médicos estão utilizando no combate a casos graves da Covid-19. Diante desse efeito, surge a dúvida para pessoas que já administram o medicamento: quem já faz o uso da cloroquina fica imune ao coronavírus?

Segundo o médico Henrique Bonaldi, ainda não há evidências científicas para isso no mundo. Ele participou do Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, nesta quina-feira (09). De acordo com o especialista, a medicação é segura em casos de indicação de uso e com acompanhamento médico, já que a substância possui efeitos colaterais graves.

“É uma medicação segura para quem tem indicação de uso, mas ela tem efeitos colaterais gravíssimos. Ela tem efeito colateral para cegueira, para dificuldade de visão, para fígado e o efeito colateral de arritmia cardíaca, em que a pessoa pode morrer em minutos. Os pacientes que fazem uso são bem monitorados, por conta das complicações da medicação”, disse.

BONS RESULTADOS

Ainda segundo o médico, estão sendo observados resultados positivos na administração da cloroquina em pacientes graves com Covid-19. Até a última semana, apenas pacientes críticos, já em UTI, recebiam a substância. Agora, pacientes também graves, que apresentam sintomas como febre alta e falta de ar, mas que ainda não estão no respirador, estão recebendo o remédio e apresentando um bom enfrentamento à doença.

No entanto, Henrique ressalta que a decisão da aplicação cabe ao médico e em casos específicos. O especialista reforça a orientação de que as pessoas não tomem por conta própria pelos efeitos colaterais já citados.

“Não é medicação preventiva, não é medicação para quem tem febre, não é medicação para o jovem. Ela não faz efeito nenhum para quem não está grave. Não é uma medicação que eu escolho, se eu tomo ou se eu não tomo. Isso está na responsabilidade técnica do médico, até porque na hora que ele carimba a receita, ele está dividindo a responsabilidade. Tem que ser dado para o tipo de pessoa que eu sei que não vai complicar e que sei que a vida dela está complicada pela Covid-19. Esse é o cenário hoje”, destacou.

Henrique Bonaldi afirma que os protocolos de uso da substância estão sendo indicados pelos resultados positivos constatados e por estar em meio à pandemia, o que exige medidas emergenciais de combate à doença. No entanto, informou que especialistas do mundo inteiro estão concluindo estudos que podem comprovar cientificamente a eficácia do medicamento e que dados oficiais devem ser noticiados nos próximos dias. Enquanto isso não acontece, o médico reforça a necessidade do isolamento social.

"O QUE SALVA VIDA É CONTINUAR EM CASA"

“A mesma angústia que a população tem, nós médicos também temos. A gente reza do mesmo jeito para essa medicação fazer efeito. As notícias são promissoras, mas não são oficiais. E elas vão se tornar oficiais com o crivo da sociedade científica do mundo para dizer se isso é verdade ou não. O fato é que a liberação da semana passada já para pacientes graves 'pré-tubo' e 'pré-UTI' já tem se mostrado muito efetivA para diminuir o número de pessoas que entram nessa situação. O que nos cabe é se acalmar e esperar a comunidade médica e científica trazer essa notícia. Porque para a população que não está nessa linha de frente, para nós que estamos em casa, esse isolamento social é o que basta. O que salva a vida é continuar em casa”, completou.

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