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'Quem não respeita hierarquia não merece ser PM', diz secretário

"Quem não respeita hierarquia não merece ser PM", diz secretário

Afirmação foi feita pelo novo secretário de Segurança, Alexandre Ramalho, na tarde desta terça-feira (07)

Publicado em 7 de abril de 2020 às 21:45

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Coronel da PMES Alexandre Ramalho
Coronel Alexandre Ramalho. (Divulgação/PMES)

O novo secretário de Segurança, Alexandre Ramalho, e o atual comandante da Polícia Militar, Douglas Caus, mandaram um recado para a tropa na tarde desta terça-feira (07), ao destacarem que a hierarquia e a disciplina são pilares fundamentais da Corporação. “Quem assim não entender, não merece ser policial militar”, destacou Ramalho.

Caus acrescentou ainda que tanto ele quanto Ramalho possuem um “perfil técnico e institucional” e que assim pautaram suas carreiras. “Sempre trilhamos dentro da legalidade da técnica e pelos interesses da hierarquia e disciplina da instituição. Esse é o nosso Norte”, assinalou.

Os dois, coronéis da PM, atuaram na cúpula da Corporação logo após a greve promovida pelos policiais militares em 2017. A paralisação trouxe caos ao Estado, com saques ao comércio e roubos a casas e pessoas. Foi necessária a vinda de tropas federais para garantir a segurança.  No período,  218 pessoas foram assassinadas.

MUDANÇAS NA PM

A gestão daquele período, liderada pelo então comandante da PM, coronel Nylton Rodrigues, promoveu uma série de mudanças na instituição. Dentre eles a punição dos policiais que participaram do movimento de paralisação, como a abertura de procedimentos administrativos, conselhos de disciplina e a abertura de inquéritos militares, os IPMs.

"PÁGINA VIRADA"

Parte destas punições, pelo menos as administrativas, caíram por terra com a anistia proposta e sancionada pelo atual governador Renato Casagrande. Segundo Ramalho, as faltas cometidas pelos policiais foram devidamente apuradas na ocasião. “Exercemos o nosso papel de servidor público ou cada um de nós correria o risco de responder por prevaricação”, destacou

O atual secretário lembrou ainda que na ocasião estavam “sob outra administração". Acrescentou que foi decisão do atual gestor, neste caso o governador Renato Casagrande, oferecer a anistia aos policiais. “A coordenação destas ações e medidas adotadas são do governante e nos cabe respeitar. Agora o governador Renato Casagrande promoveu a anistia. Foi decisão dele e é uma página virada”, assinalou o secretário.

Ramalho ponderou ainda sobre o objetivo de Casagrande. “A intenção dele foi exatamente superar esta frustração, a decepção de ser punido, excluído. Superado isto, precisamos trabalhar, efetivamente trabalhar e entender como os policiais estão na instituição. Mas em momento algum podemos perder o respeito a hierarquia e disciplina, pilares fundamentais na instituição. Quem assim não o entender, não merece ser policial militar”, acrescentou.

O secretário fez ainda questão de dizer que suas afirmações não são uma ameaça. “Independente do tempo, dois pilares da PM não podem ser perdidos: hierarquia e disciplina. Quando o policial entra na corporação, tem o pleno conhecimento do regulamento. Isto é uma realidade, não é uma ameaça. Temos um regulamento disciplinar que rege a atividade do coronel ao soldado”, explicou.

HISTÓRICO

Logo após a greve dos policiais em 2017, o coronel Ramalho foi mantido como titular do Comando de Policiamento Ostensivo Metropolitano (CPOM). Já o coronel Caus foi promovido a diretor de Inteligência da PM.

Naquele ano de 2017, foram criados os CPOs das regiões Serrana e Noroeste. O antigo BME foi extinto e criada a Companhia Independente de Missões Especiais (Cimesp). Também foi extinta a Rotam e criadas três companhias independentes: 12ª em Jardim Camburi, Vitória; a 13ª em Terra Vermelha, Vila Velha; e a 14ª em Feu Rosa, na Serra.

Ainda no primeiro semestre de 2017, foram propostas leis que mudaram a lei de promoção dos militares, adotando na época a promoção de oficiais por mérito. Também foram adotadas a realização de exames toxicológicos para os policiais. Foram ainda instaurados os procedimentos administrativos, conselhos de disciplina, inquéritos militares.

No dia 6 de abril de 2018, há dois anos, Ramalho assumiu o comando da PM, quando o ex-titular da corporação, Nylton Rodrigues, assumiu a Secretaria de Segurança Pública, cargo agora ocupado por Ramalho.

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