O novo secretário de Segurança, Alexandre Ramalho, e o atual comandante da Polícia Militar, Douglas Caus, mandaram um recado para a tropa na tarde desta terça-feira (07), ao destacarem que a hierarquia e a disciplina são pilares fundamentais da Corporação. Quem assim não entender, não merece ser policial militar, destacou Ramalho.
Caus acrescentou ainda que tanto ele quanto Ramalho possuem um perfil técnico e institucional e que assim pautaram suas carreiras. Sempre trilhamos dentro da legalidade da técnica e pelos interesses da hierarquia e disciplina da instituição. Esse é o nosso Norte, assinalou.
Os dois, coronéis da PM, atuaram na cúpula da Corporação logo após a greve promovida pelos policiais militares em 2017. A paralisação trouxe caos ao Estado, com saques ao comércio e roubos a casas e pessoas. Foi necessária a vinda de tropas federais para garantir a segurança. No período, 218 pessoas foram assassinadas.
A gestão daquele período, liderada pelo então comandante da PM, coronel Nylton Rodrigues, promoveu uma série de mudanças na instituição. Dentre eles a punição dos policiais que participaram do movimento de paralisação, como a abertura de procedimentos administrativos, conselhos de disciplina e a abertura de inquéritos militares, os IPMs.
Parte destas punições, pelo menos as administrativas, caíram por terra com a anistia proposta e sancionada pelo atual governador Renato Casagrande. Segundo Ramalho, as faltas cometidas pelos policiais foram devidamente apuradas na ocasião. Exercemos o nosso papel de servidor público ou cada um de nós correria o risco de responder por prevaricação, destacou
O atual secretário lembrou ainda que na ocasião estavam sob outra administração". Acrescentou que foi decisão do atual gestor, neste caso o governador Renato Casagrande, oferecer a anistia aos policiais. A coordenação destas ações e medidas adotadas são do governante e nos cabe respeitar. Agora o governador Renato Casagrande promoveu a anistia. Foi decisão dele e é uma página virada, assinalou o secretário.
Ramalho ponderou ainda sobre o objetivo de Casagrande. A intenção dele foi exatamente superar esta frustração, a decepção de ser punido, excluído. Superado isto, precisamos trabalhar, efetivamente trabalhar e entender como os policiais estão na instituição. Mas em momento algum podemos perder o respeito a hierarquia e disciplina, pilares fundamentais na instituição. Quem assim não o entender, não merece ser policial militar, acrescentou.
O secretário fez ainda questão de dizer que suas afirmações não são uma ameaça. Independente do tempo, dois pilares da PM não podem ser perdidos: hierarquia e disciplina. Quando o policial entra na corporação, tem o pleno conhecimento do regulamento. Isto é uma realidade, não é uma ameaça. Temos um regulamento disciplinar que rege a atividade do coronel ao soldado, explicou.
Logo após a greve dos policiais em 2017, o coronel Ramalho foi mantido como titular do Comando de Policiamento Ostensivo Metropolitano (CPOM). Já o coronel Caus foi promovido a diretor de Inteligência da PM.
Naquele ano de 2017, foram criados os CPOs das regiões Serrana e Noroeste. O antigo BME foi extinto e criada a Companhia Independente de Missões Especiais (Cimesp). Também foi extinta a Rotam e criadas três companhias independentes: 12ª em Jardim Camburi, Vitória; a 13ª em Terra Vermelha, Vila Velha; e a 14ª em Feu Rosa, na Serra.
Ainda no primeiro semestre de 2017, foram propostas leis que mudaram a lei de promoção dos militares, adotando na época a promoção de oficiais por mérito. Também foram adotadas a realização de exames toxicológicos para os policiais. Foram ainda instaurados os procedimentos administrativos, conselhos de disciplina, inquéritos militares.
No dia 6 de abril de 2018, há dois anos, Ramalho assumiu o comando da PM, quando o ex-titular da corporação, Nylton Rodrigues, assumiu a Secretaria de Segurança Pública, cargo agora ocupado por Ramalho.
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