Surpreendido com a decisão que o retirou do cargo de secretário de Estado da Segurança, na tarde desta segunda-feira (06), Roberto de Sá avalia que o elevado número de homicídios registrados no mês de março foi o que motivou o governador Renato Casagrande a promover a mudança. Ele será substituído pelo coronel da Polícia Militar Alexandre Ramalho.
Na pasta há 15 meses, Roberto Sá relata que estava confiante na reversão do quadro de aumento da criminalidade. No último mês de março foram registrados 143 homicídios. De acordo com o ex-secretário, os números apresentaram uma elevação a partir do dia 13 daquele mês, data em que foi instalada a sala de situação do Covid-19.
Estávamos confiantes que reverteríamos os números. Vale destacar que o Covid-19 também mexeu com a dinâmica do crime, que intensificou sua ação, e em paralelo, mudou ainda para o policial, que passou a enfrentar também inimigo, invisível nas ruas, pondera.
De acordo com Sá, na última semana foi realizada uma operação em Cariacica e Vila Velha onde foram presas 17 pessoas. Em março, apreendemos 163% a mais de armas de fogo do que em relação ao ano de 2019. Só na Região Metropolitana foram 23% a mais de apreensão de armas. O crime mudou, mas o Estado estava se adaptando também a nova realidade, destaca.
Sá relata que foi surpreendido com a decisão de Casagrande, que o chamou e informou que precisava fazer mudanças para reduzir o número de homicídios. Decisão tomada a gente ouve e entende, afinal o cargo é dele. O que desejo é muito sucesso a todos, conta, acrescentando que estava empolgado com os projetos que estavam sendo desenvolvidos. São projetos que vão mudar a realidade e a dinâmica do trabalho policial, destaca.
Dentre eles, aponta a criação do termo circunstanciado para policiais militares, que poderá ser feito sem que a viatura tenha que ir a uma delegacia, o que permite ganho de tempo, sendo feito pela internet.
Melhorei processos no âmbito administrativo, temos muitos projetos encaminhados. Tenho consciência de entregar 2019 como um dos melhores dos últimos 27 anos, reduzindo a violência, o crime contra a vida e contra o patrimônio. Saio de cabeça erguida pelo resultado, por ter participado de uma negociação salarial que conseguiu a valorização de militares e bombeiros. Só tenho a agradecer ao povo capixaba pela oportunidade, destacou.
Roberto Sá ainda não decidiu sobre o futuro. Sua família permanece no Rio de Janeiro. Ele, que foi tenente-coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro, deixou a Polícia Federal para ocupar o cargo de secretário de Estado da Segurança no Espírito Santo.
Me dediquei integralmente. Este ano, por exemplo, só fui uma vez ao Rio. Agora vou pensar com calma no que fazer. Devo voltar para a Polícia Federal. Em 2014, tinha sido convidado por Paulo Hartung para assumir a Segurança. Não pude vir à época. Quando Casagrande fez o convite, decidi aceitar. Me dediquei integralmente e sou grato pela oportunidade de ter podido conhecer pessoas novas e instituições sérias", finalizou.
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