A Rodoviária de Vitória completa 40 anos nesta quarta-feira (13) e, após sua estrutura ter sido apontada como insegura em laudo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), o governo do Estado garantiu: não há hoje qualquer risco de desabamento para usuários do espaço.
O relatório técnico do Crea, de dezembro de 2017, indicava falhas que poderiam levar ao colapso da estrutura. Isso porque pilares apresentavam sinais de corrosão em estado avançado. Embora esse problema ainda não tenha sido reparado 15 meses após a apresentação do laudo, a rodoviária não é o foco dessa deterioração.
É o que afirma Luiz Cesar Maretto Coura, diretor-geral do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem do Espírito Santo (DER-ES), órgão ao qual caberá intervenções na área anexa à rodoviária, onde já funcionou um terminal aquaviário, e que foi construída depois. É, portanto, nesta estrutura que reside o perigo.
Questionado se, pelo fato de serem anexos, a rodoviária não poderia ser afetada, Maretto assegurou que não. Fazendo uma consideração esdrúxula: hoje, se o terminal cair - o que não há risco de acontecer - a rodoviária permanece como está. O colapso não vai acontecer jamais!
Maretto explica que o problema identificado pelo Crea é nos blocos de sustentação do terminal aquaviário, que ficam na água. A rodoviária, por sua vez, foi erguida no solo. Ela está presa no chão, e não sobre estacas aéreas, aponta.
O diretor do DER diz que a única estrutura que unia rodoviária e terminal era o telhado, mas que a Contermi - concessionária que administra a rodoviária - providenciou a secção para separá-los. Agora, mais do que nunca, são duas estruturas completamente diferentes, ressalta.
A área do antigo terminal aquaviário foi isolada por tapumes para evitar a circulação de pessoas. Segundo Maretto, essa era a única função do local, uma vez que nenhum serviço da rodoviária era oferecido no espaço.
Para a área vai ser elaborado um projeto de recuperação. Já a manutenção da rodoviária cabe à concessionária e, segundo o administrador Washington Silva, as vistorias são constantes e não há nenhum problema.
O Ministério Público do Estado tem acompanhado o caso. A concessionária que administra a rodoviária de Vitória comprometeu-se a adotar medidas para evitar qualquer risco aos usuários. A obra (secção do telhado) deve ser concluída até o dia 3 de abril. Nessa data, será feita nova reunião entre o MPES e o Estado para tratar da destinação do antigo terminal aquaviário, informa o órgão, em nota.
HISTÓRIA
A Rodoviária de Vitória foi inaugurada em 13 de março de 1979, após seis anos entre idas e vindas até a sua implantação. Depois de anunciada a construção, houve movimentos para que apenas fosse restaurada a antiga rodoviária. O atendimento de passageiros era feito no Parque Moscoso, em uma estrutura muito inferior aos atuais terminais de ônibus do Transcol. A GAZETA acompanhou todo o debate em torno do assunto e, na data da inauguração, editou um caderno especial em que mostrava a importância da rodoviária para o desenvolvimento do Estado.
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