A greve dos rodoviários, que estava marcada para começar na próxima segunda-feira (2), foi suspensa após audiência de conciliação entre a categoria e empresários, na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Vitória. Uma proposta foi apresentada pela Justiça e os sindicatos concordaram em sentar para negociar, durante três dias, para chegar a um acordo na próxima quarta-feira (04). Até lá, os ônibus circulam normalmente.
A proposta apresentada pela desembargadora Ana Paula Tauceda, que mediu a conciliação consiste em:
O reajuste apresentado é bem abaixo do que foi solicitado pelos rodoviários, que tinham pedido 9% de aumento. Contudo, o presidente dos Sindirodoviários, José Carlos Salles, disse que é um ponto de partida para a negociação:
"Atendendo a um pedido do Tribunal, estamos indo para a mesa de negociação durante os dias 2 e 3 de dezembro. Essa proposta de 3,04% foi uma sugestão, mas ainda vamos discutir isso, junto com o Ministério Público, para ver se haverá um avanço ou não", disse.
Na quarta-feira (4), o Sindirodoviários se reunirá com os trabalhadores em assembleia, para aprovar ou não o que foi negociado com os empresários durante os outros dias. No momento, a greve está suspensa.
"Estamos suspendendo a greve e voltamos a nos reunir em assembleia no dia 4 de dezembro, onde vamos deliberar o que foi negociado", frisou Salles.
A audiência de conciliação contou com representantes do Sindirodoviários (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado), do GVBus (Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória) e do Setpes (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Espírito Santo).
Apesar da briga do valor do reajuste ser o principal motivo da greve, outras reivindicações também contribuíram para o conflito entre rodoviários e empresários. Confira quais são:
Reajuste de 9% do salário
Os rodoviários pediram um reajuste de 9% no salário para 2020. Já as empresas, tinham oferecido o aumento de 2,54% em cima do salário, ticket alimentação e plano de saúde. Os dois sindicatos voltam à mesa de negociação para discutir o valor proposto pela Justiça de 3,04%
Redução de jornada de trabalho
Os rodoviários pedem que a jornada de trabalho seja reduzida para 6 horas. Hoje em dia, motoristas e cobradores trabalham 7 horas e 20 minutos, durante seis dias da semana. A GVBus disse que não discute redução de jornada de trabalho.
Mudança para data base para maio
A data base é quando acontece as negociações de reajuste de salário dos empregados. Os rodoviários querem que a data base, que hoje é em novembro, seja mudada para maio. Eles alegam que isso daria a eles a chance de realizar uma negociação mais justa em realização à inflação e também ao preço das passagens, que aumenta em dezembro. A Justiça propôs que a data base seja realizada em agosto.
Plano de saúde pago integralmente pela empresa
Os rodoviários querem que o plano de saúde seja pago integralmente pela empresa. Atualmente, o plano funciona de forma participativa e o trabalhador arca com uma parte do plano. A GVBus ofereceu um reajuste de 2,5% no valor pago pelas empresas na parte do plano de saúde.
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