Vitória registrou uma queda de 48% no número de furtos e roubos de veículos em comparação com janeiro e fevereiro de 2018 quando ainda não havia sido instalado o cerco eletrônico nas entradas e saídas da Capital com o mesmo período deste ano. Nos primeiros dois meses do ano passado, foram 205 ocorrências, já neste ano foram 106 casos, segundo dados da Secretaria de Estado Segurança Pública (Sesp) e da prefeitura. Para a administração municipal e especialistas, o cerco eletrônico contribuiu para a redução.
O sistema funciona desde o dia 20 de abril do ano passado com 70 câmeras que leem e fotografam as placas dos veículos. Quando há restrição de furto e roubo e o veículo passa por uma dessas câmeras, um alarme toca na Central Integrada de Operações e Monitoramento e as equipes da Guarda Municipal e da Polícia Militar são acionadas.
O secretário de Segurança Urbana de Vitória, Fronzio Calheira Mota, relatou que desde a implantação do cerco foram recuperados 127 veículos. A possibilidade de um bandido ser pego em Vitória é maior que em outros municípios, isso inibe que a pessoa roube carro ou moto na Capital, disse.
O empresário Renato Silva Trevizani, de 40 anos, teve dois carros roubados na Grande Vitória. O primeiro no bairro Hélio Ferraz, na Serra, em 2012. Já o segundo foi em 2017, em Jardim Camburi, na Capital. Da última vez, a esposa dele estava saindo com o veículo quando foi abordada por três homens. Após ter passado por essas duas situações, ele acredita que o cerco eletrônico pode contribuir para a segurança. Naquela época, não tinha esse tipo de tecnologia, disse.
GRANDE VITÓRIA
O bom funcionamento do sistema na Capital, um projeto da própria prefeitura, fez com que o governo do Estado estipulasse a meta de estender a tecnologia para as outras cidades da Grande Vitória.
O anúncio foi feito pelo governador Renato Casagrande em fevereiro deste ano, mas a Sesp informou, em nota, que ainda não há previsão de instalação nos demais municípios, já que a expansão está em estudo. Casagrande, inclusive, já foi vítima de roubo de carro duas vezes na região, ambas em 2018: a primeira em março, em Bento Ferreira, Vitória, na condição de ex-governador, e outra em dezembro, no Ibes, em Vila Velha, quando era governador eleito.
O titular da Divisão Especializada de Furtos e Roubos de Veículos, delegado Ícaro Ruginski, ressaltou que o cerco eletrônico é uma boa ferramenta para ajudar na redução de furtos roubos e vê com bons olhos a instalação em outros municípios. O número de furtos e roubos está em queda em todo o Estado ao longo dos meses de 2018, e na Capital a utilização do cerco tem contribuído com o trabalho da polícia, destacou.
O especialista em segurança da informação e perito em computação forense Gilberto Sudré acrescentou que o uso da tecnologia tem contribuído para a recuperação de veículos roubados e furtados.
A tecnologia do cerco eletrônico é interessante, ela aumenta a quantidade de veículos recuperados e pode inibir a ação de bandidos. Mas, além das entradas e saídas, as câmeras também poderiam ser colocadas em vias dentro das cidades para que os carros roubados que circulassem dentro do município fossem identificados, ressalta.
Sudré apontou que, além do investimento feito pelo poder público, as pessoas podem elas mesmas buscar tecnologia contra roubo. Há equipamentos disponíveis no mercado que rastreiam o carro, desligam o automóvel, ativam a buzina e até dão acesso a vídeos e áudios de dentro do veículo. Existem diversos serviços disponíveis, os rastreadores comuns possuem um baixo custo, diz.
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