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Rua da Lama: moradores querem vetar projeto que regulariza festas

Rua da Lama: moradores querem vetar projeto que regulariza festas

Com as leis, as festas seriam fiscalizadas e precisariam de licença, segundo defensores

Publicado em 23 de julho de 2019 às 22:48

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A Rua da Lama, em Jardim da Penha, bairro de Vitória. (Fernando Madeira)

Um projeto de lei que regulamenta festas da Rua da Lama, em Jardim da Penha, bairro de Vitória, pode estar perto de ser largado de mão. É que a Associação de Moradores de Jardim da Penha (AMJAP) decidiu por mandar um ofício ao prefeito da Capital, Luciano Rezende, pedindo que ele vete o texto – que já foi aprovado pela Câmara. Além disso, nos próximos dias, a entidade irá criar uma comissão com representantes da Prefeitura de Vitória (PMV), AMJAP e empresários da avenida para dialogarem de forma a avançar com o planejamento cultural do espaço.

A ideia do projeto de lei era fazer com que as festas realizadas no local virassem parte do calendário oficial de Vitória, incluindo animações fixas às terças, quintas e sábados no local. Com isso, esses eventos também teriam regras para respeitar e seriam mais fiscalizados, como acreditam os defensores do texto.

No entanto, o impasse entre reclamações e realização de festas em uma das regiões mais boêmias da cidade está mais longe ainda de acabar. De um lado, os moradores reclamam de barulho, sujeira e bagunça pelas ruas do bairro. Do outro, agitadores culturais questionam falta de estrutura e organização para produzir as festas.

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“Hoje o que mais incomoda é a questão acústica, higienização do espaço, segurança e bagunça de forma geral. Já existem eventos frequentes e tem que ter respeito com os moradores. Nós somos a favor do entretenimento, mas com alguns itens a serem observados. A interdição da rua, por exemplo, atrapalha o trânsito dos moradores, que já é prejudicado devido ao número grande de visitantes que o local recebe”, pondera o coordenador da AMJAP, Peterson Pimentel.

O coordenador da Associação de Moradores de Jardim da Penha (AMJAP), Peterson Pimentel. (Fernando Madeira)

Ele faz parte da parcela que acredita que a Rua da Lama tem tudo para se espelhar nos moldes do Triângulo das Bermudas, na Praia do Canto. Segundo ele, em 2015 já foi feita uma lei que previa a via de Jardim da Penha como um polo gastronômico. Para ele, é justamente isso que deve ser seguido: “Já temos o projeto, ele só não é colocado em prática”.

O empresário Diogo Cypriano comanda uma casa de drinques e Som de Fogueira – evento que acontece periodicamente na Rua da Lama – no local. Ele é contra o veto do projeto e avalia que regulamentar os eventos só seria benéfico para empresários, moradores e turistas. “Eu já faço o evento, às terças, e ele é todo regulamentado. E deu certo. Podemos continuar fazendo assim. Mas o que acontece é que são feitas festas sem essa organização, que acabam incomodando mesmo. Mas a lei viria para isso, para colocar ordem nesse ponto”, defende.

O empresário e agitador cultural Diogo Cypriano na Rua da Lama, em Vitória. (Fernando Madeira)

Segundo Diogo, que não acredita que o prefeito vá vetar o projeto de lei, em reuniões que já participou com a associação de moradores ele tentou mostrar o quanto a Rua da Lama tem de potencial econômico e turístico para que os munícipes entendam a importância da normatização: “Se tivesse esse apoio seria mais fácil colocar lixeira, banheiro químico, apoiar os artistas capixabas e a cena cultural. Mas do jeito que é a gente faz tudo certo e quando vem uma festa dessa é carro de som e prejuízo para a gente mesmo”.

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A Rua da Lama é um ponto turístico, histórico e cultural

Diogo Cypriano, agitador cultural e empresário
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O agitador cultural entende que a única forma de acabar com os eventos que realmente bagunçam a rua é por meio da regularização da lei. “Não podemos deixar é fazer esses eventos sem liberação. Que colocam carro de som, caminhão, quebram banheiros e estruturas dos bares. O projeto ia ajudar nisso tudo”, reitera.

LEI DEIXARIA FISCALIZAÇÃO MAIS RÍGIDA

Autor do projeto de lei, o vereador Vinícius Simões crê que a aprovação do texto pelo prefeito faria com que a fiscalização no local ficasse mais rígida. Além disso, o parlamentar também avalia que seriam estabelecidos limites que tornariam a convivência entre todos mais agradável.

“Com a lei, para um evento ser aprovado, ele teria que ser autorizado pela prefeitura. Ele terá que seguir todas as regulamentações que o órgão pede, então ficaria mais rigoroso já no ato de licença. Há que criar um ponto de equilíbrio entre os moradores e empresários e agitadores culturais”, garante.

O vereador também destaca que a regulamentação faria com que os eventos fossem no geral mais organizados, como nem sempre são hoje. “Do início ao fim a festa teria uma série de regras para respeitar, o que nem sempre acontece atualmente. Teria um aparato de fiscalização mais robusto em cima dos eventos e se a população não estiver de acordo, pode se manifestar”, completa.

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Questionada, a PMV se limitou a dizer, por meio de nota, que está sempre aberta ao diálogo e analisa todas as solicitações que são apresentadas. “Informa, ainda, que vai aguardar o projeto ser protocolado pela Câmara e tramitar nas secretarias para analisar”, diz trecho do texto enviado à reportagem.

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