As diferenças entre Alto Rio Novo, no Noroeste no Estado, e Itapemirim, no Sul, vão além da posição geográfica. Alto Rio Novo é o município com menor piso salarial para professores. Lá, o educador de nível médio, que trabalha 25 horas por semana, recebe R$ 906, 98. Já em Itapemirim, nenhum profissional do magistério recebe menos do que R$ 2.360,03. As informações são de um levantamento inédito feito por A Gazeta nas 78 prefeituras do Espírito Santo.
A diferença de salários impressiona, assim como a realidade dos dois municípios. No município do Sul, dos 951 professores, a maioria tem pós-graduação e recebe 6% a mais sobre o piso. O salário não é nem de longe a principal reclamação dos educadores.
Andreine é professora há 26 anos, mas só passou a dar aulas em Itapemirim em 2012, quando se mudou de Minas Gerais para o Espírito Santo. Além de Itapemirim, ela também leciona em Marataízes. Apesar da jornada dupla, ela diz que faz mais porque gosta do que por questão de necessidade. "Não tenho o que reclamar do salário. É claro que a gente sempre acha que pode melhor, né? Até porque a gente leva serviço pra casa. Mas hoje eu posso dizer que dou aulas porque eu amo, eu gosto do que eu faço", afirma.
Atuar no magistério em Itapemirim ainda é escolha para muita gente. Além de salários bem acima do piso, a prefeitura oferece bolsas para pós-graduação, formação continuada e vale-alimentação. As escolas também contam com boa infraestrutura.
Para Neila Carvalho Pires, 41, ser professora no município é a realização de um sonho. Eu sempre quis ser professora e hoje eu me sinto extremamente realizada. Quando a gente recebe bem, a gente se sente valorizada, conta.
Estar com as contas em dia é uma tarefa mais fácil para um município como Itapemirim, que recebe dinheiro de royalties do petróleo. Apesar do recurso não poder ser gasto para pagar salários, a secretária de Educação, Viviane Sampaio, explica que a gestão se reorganiza para tratar os professores como prioridade, o que para ela é o grande segredo do município.
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