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Secretário de Segurança é demitido em meio a avanço da violência no ES

Secretário de Segurança é demitido em meio a avanço da violência no ES

Apesar de a pasta ter fechado 2019 com números de queda de homicídios, índices de violência de 2020 voltaram a preocupar

Publicado em 6 de abril de 2020 às 20:36

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Local de homicídio demarcado pela perícia: queda de homicídios em 2019 chegou a 11,81%
Local de homicídio demarcado pela perícia: queda de homicídios em 2019 chegou a 11,81%. (Agência Brasil)

A cúpula do governo  Renato Casagrande decidiu retirar do cargo de Secretário de Segurança do Espírito Santo o delegado da Polícia Federal  Roberto Sá, nesta segunda-feira (06). No mesmo dia em que a Polícia Militar capixaba comemora 185 anos, é o Coronel Alexandre Ramalho quem assume o cargo. Mas em que cenário essa troca acontece?

Roberto  Sá permaneceu à frente da Sesp por um ano e três meses, logo após  Casagrande tomar posse do cargo eleito, em 2019. No entanto, apesar de a pasta ter fechado o ano  com uma queda de 11,81% nos índices de homicídios, chegado a ter menos de mil mortes  durante o período em todo o Estado, os primeiros meses  de 2020 apresentaram  inúmeras adversidades para a  segurança pública capixaba.  

Criminosos armados provocam terror na Leitão da Silva, em Vitória
Criminosos armados provocam terror na Leitão da Silva, em Vitória. (Vitor Jubini)

ATAQUES EM AVENIDA

Em meados de fevereiro, os conflitos internos entre traficantes do Bairro da Penha, Vitória,  levaram pânico para moradores de vários bairros da Grande Vitória. Bandidos encapuzados  pararam carros na Avenida Leitão da Silva, uma das principais da cidade, e apedrejaram três veículos e um ônibus também chegou a ser incendiado. Um quarto carro foi roubado e depois recuperado pela Polícia Militar. 

O conflito que gira entorno do grupo Primeiro Comando de Vitória (PCV), atuante no Bairro da Penha e bairros vizinhos, também causou reflexos em  alguns bairros na Serra e em Cariacica, onde foram dadas ordens de toque de recolher. 

Homem é morto a tiros em Santa Martha, em Vitória
Homem é morto a tiros em Santa Martha, em Vitória. (Fernando Madeira)

EFEITO CORONAVÍRUS?

O número de homicídios em março chegou a 143, um aumento de 66% se comparado com 2019. O mês também bateu o recorde do ano de 2017,  ano em que os policiais militares paralisaram as atividades no mês de fevereiro, quando ocorreram 130 assassinatos. 

Para especialistas em segurança pública ouvidos pela reportagem de  A Gazeta, a pandemia do coronavírus intensificou as guerras entre facções devido à queda da venda de entorpecentes, já que o isolamento social fez com que menos consumidores de drogas circulassem também. Para compensar a queda das vendas, traficantes passaram a cobrar dívidas, que não pagas geraram mortes, e também a enfrentar os rivais para evitar a concorrência. 

Nos três primeiros meses do ano,  347 pessoas foram mortas no Espírito Santo, enquanto o número de 2019 para o mesmo período foi de 283.

DIA MAIS VIOLENTO

No último domingo (05), o Estado registrou 13 assassinatos. Esse número de homicídios em apenas 24 horas não acontecia desde fevereiro de 2017, quando os policiais militares deixaram as ruas.

Força Nacional em Cariacica
Força Nacional em Cariacica. (Foto: Reprodução/TV Gazeta)

CARIACICA E FORÇA NACIONAL

Uma das cinco cidades do Brasil escolhidas para receber o programa federal Pra Frente Brasil, Cariacica recebeu 100 agentes da Força Nacional em agosto de 2019. No entanto, o município também sofre com os índices de assassinatos. 

E mesmo o programa sendo prorrogado por duas vezes, na última com previsão para terminar em agosto de 2020, as vidas continuam sendo perdidas para a violência.  O mês de março é um exemplo: a média foi  de um assassinato por dia no município.

O programa teria frentes de enfrentamento à violência como questões sociais, educacionais e também efetivas de segurança pública, como a presença de homens da Força Nacional em 28 bairros de vulnerabilidade social. 

Agora, o governador colocou nas mãos do ex-comandante geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Ramalho, a administração das forças de segurança na tentativa de conter a violência nos próximos meses. 

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