Um ano e dois meses depois do Crea-ES emitir laudo que aponta a situação precária da Segunda Ponte, pouco foi feito e a estrutura permanece em 'ruína', como define um dos engenheiros responsáveis pelo estudo divulgado em 2017.
"O DER fez a pintura e corrigiu as duas juntas de dilatação que estavam em pior situação, já tinham perdido todo o elemento elástico. O planejamento era que fariam as trocas de todas as juntas até dezembro de 2018, o que não foi feito. De lá para cá, a estrutura está exposta a um meio agressivo e a tendência é ir corroendo ainda mais", alerta o engenheiro civil Jaime Oliveira Veiga, um dos autores do laudo.
O laudo técnico produzido pelo Crea-ES sobre a Segunda Ponte, em 2017, mostra muitas corrosões no concreto e nas ferragens que a sustentam. Além de problemas nas juntas de dilatação, que apresentam abertura maior do que o normal e falta o material elástico. Em um ano, apenas o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Espírito Santo (DER) realizou obras físicas no local. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit-ES), que também responde pela Segunda Ponte, não fez qualquer melhoria no local, segundo ele.
Ainda de acordo com o engenheiro, é preciso verificar com mais detalhes a extensão dos problema da Segunda Ponte. "Para determinar o nível de agressividade, até onde a água salgada penetrou e está contaminando concreto, só através de ensaio perceber. Tem que retirar uma amostra e fazer um ensaio, para saber da resistência desse concreto e do aço. Tem que fazer um projeto completo, com plano de manutenção", defende Veiga.
DER PROMETE OBRAS EM 2019
Até o final do ano pelo menos parte das obras da Segunda Ponte estará concluída. A promessa é do DER, que afirmou que vai licitar a obra no viaduto - trecho que vai da saída da avenida Carlos Lindenberg, em Vila Velha, até o acesso de Cariacica - ainda neste primeiro semestre.
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"Resgatamos um projeto que já vinha sendo executado e vamos licitar a obra do viaduto. Não somos donos de ponte. Neste primeiro semestre faremos a contratação da execução da obra. Farei o possível e impossível para antecipar o máximo. A parte que nos cabe é a parte seca, que é menos problemática e tem possibilidade de deterioração menor. Aonde o concreto estourou e ficou com ferragem exposta, vamos recuperar e, se necessário, recompor a armadura em algumas situações, e trocar todas as juntas de dilatação. Obra de seis a oito meses (após licitação)", explicou o diretor geral do DER, Luiz Cesar Maretto.
O orçamento inicial da obra é de R$ 8 milhões. "Estou fazendo uma reavaliação para diminuir esse valor", afirmou Maretto.
Na busca por melhorias na Segunda Ponte, na próxima semana, o deputado estadual Marcelo Santos promete promover uma reunião entre membros da Assembleia Legislativa, do DER, Dnit e Crea-ES para elaborar um cronograma de ações preventivas na ponte.
O DNIT foi procurado pela reportagem durante todo o dia, mas as ligações não foram atendidas.
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