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Sem Terminal de Itaparica, passageiros sofrem com demora e filas

Sem Terminal de Itaparica, passageiros sofrem com demora e filas

Usuários passam sufoco no Terminal de Vila Velha

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 17:59

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Muitos passageiros estão utilizando o Terminal de Vila Velha porque o de Itaparica está interditado. Eles reclamam de superlotação. (Fernando Madeira)

Enquanto o projeto para obra no Terminal de Itaparica não sai do papel, o local permanece interditado e os 45 mil usuários de transporte público que passavam pelo terminal e foram realocados para outros terminais de Vila Velha. Esses passageiros sentem diariamente os efeitos da mudança: filas longas, espera, ônibus superlotados e trânsito.

A interdição do Terminal de Itaparica completa um ano neste mês. Desde então, das linhas que operavam no local, 25 foram transferidas para o Terminal de Vila Velha, 5 para o Terminal do Ibes, uma para o ponto final de Araçás e duas para a rua lateral do Terminal de Itaparica. Duas linhas que faziam o trajeto entre os terminais de Itaparica e Vila Velha foram suspensas. Assista ao vídeo abaixo: 

No Terminal de Vila Velha, o mais atingido pela mudança com o aumento de fluxo de passageiros e de linhas, as principais reclamações dos usuários são as longas filas e a superlotação dos ônibus.

“Depois das 17h ninguém consegue andar no terminal. Os ônibus saem superlotados. Para ir para Itaparica eu pegava ônibus perto de casa e levava menos de uma hora até a casa da minha sobrinha em Ponta da Fruta, agora gasto 1h30”, reclama Lucia Helena Silva, 65, que mora em Itapoã.

O aumento no tempo para fazer o mesmo trajeto também foi observado pelo vidraceiro Rafael Carvalho, de 34 anos. O morador de Padre Gabriel, em Cariacica, contou que, desde o fechamento do Terminal de Itaparica, o tempo dentro do ônibus dobrou. “Eu gastava 20 minutos, hoje gasto de 45 a 50 minutos para chegar no Centro. O trajeto está demorado, tem superlotação todos os dias. Está um caos! Para pegar minha linha no terminal são três filas”.

O trânsito na região do Terminal de Vila Velha foi outro ponto observado pelos passageiros. As ruas laterais viraram estacionamento dos ônibus. “Passo pelo Terminal de Vila Velha esporadicamente porque também uso carro. Os maiores problemas são a superlotação dos coletivos e o engarrafamento em pontos que não acontecia”, diz o consultor financeiro Francisco Alvarenga, de 32 anos.

As mudanças pesam no bolso de quem tenta fugir da superlotação. A garçonete Amanda Tofoli, 18, de Santa Inês confessou que prefere pagar corridas de motoristas de aplicativo a enfrentar o terminal para ir trabalhar na Praia do Canto, em Vitória.

HISTÓRICO DE PROBLEMAS

Inauguração em 2009

O Terminal de Itaparica foi inaugurado e custou R$ 12 milhões, segundo o governo na época. Entretanto, no ano passado, foi informado que, na verdade, foram gastos R$ 8,3 milhões.

Maio de 2013: desabamento

Uma das marquises do terminal desabou durante uma forte tempestade. Quatro ônibus foram atingidos e uma pessoa ficou ferida durante a correria.

Novembro de 2015: primeiro estudo

Iopes apresentou estudo de arquitetura para construção de nova marquise e sugeriu a contratação de perícia especializada para avaliação do local.

Junho de 2016: demolição parcial

A marquise de um dos lados do terminal foi demolida por questões de segurança. O custo para retirada foi de R$ 50 mil.

Junho de 2017: falhas encontradas

Laudo técnico contratado pela Ceturb apontou falhas tanto de projeto quanto de execução, porém atribuindo à execução a causa principal da queda da marquise.

Julho de 2018: laudo orienta interdição

Perícia contratada pela Ceturb aponta indícios de subdimensionamento estrutural em relação ao projeto e estado crítico de corrosão nas peças estruturais. O laudo orientou, à época, interdição imediata do terminal, que ocorreu no dia 28 do mesmo mês. O laudo custou R$ 43 mil.

Novembro de 2018: projeto

Após consultar perito, Iopes decide pela demolição do teto do terminal. Empresa é contratada para fazer o projeto por R$ 117 mil.

Novembro de 2018: demolição

É contratada empresa para demolir a cobertura do local assim como o pórtico de entrada (estrutura em forma de arco). O contrato foi de R$ 466 mil.

Início da reconstrução: sem data definida

Segundo o Iopes, o novo teto será em lona tensionada para agilizar a entrega. O material tem vida útil de 40 anos.

Reabertura: sem prazo

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O Iopes não disse quando o Terminal de Itaparica será reaberto. Segundo o diretor-geral, o projeto e o orçamento estão prontos, mas a licitação para escolher a empresa que tocará a obra, que vai custar R$ 9 milhões ainda não foi feita. Também será feita nova captação de água, iluminação, polimento do piso e melhoria dos banheiros.

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