A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) vai testar a população para saber quem está imune ao novo coronavírus (Covid-19) no Espírito Santo. O exame servirá, inclusive, para mapear os locais onde há maior concentração de infectados e, a partir dos resultados, ajudar o governo a definir medidas de contenção da doença. Os primeiros levantamentos são esperados ainda para este mês.
O teste trata-se de um inquérito sorológico, pelo qual pessoas em todas as regiões do Espírito Santo serão submetidas a exames de sangue que vão determinar se já foram ou não contaminadas pelo coronavírus.
O subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, explica que o exame define o nível de anticorpos (sistema de defesa do organismo) da pessoa testada e, em função do resultado, é capaz de identificar se ela já passou pela doença e, portanto, se tem imunidade à Covid-19.
"Isso vai nos permitir, ao mesmo tempo, observar que, se uma determinada região tem alto número de pessoas com imunidade adquirida, pode não ser mais necessário o isolamento social, enquanto outra que apresente alta vulnerabilidade, haja a necessidade de reforçar o sistema de saúde."
Reblin diz que a Sesa está em fase final de definição de como se dará o inquérito, estabelecendo número e perfil das pessoas que serão testadas. Certeza é de que o exame será feito em todas as regiões e vai complementar outras estratégias da Sesa para o mapeamento do coronavírus no Estado.
Em coletiva nesta quarta-feira (8), o governador Renato Casagrande ressaltou a importância de fazer o mapa, que deverá estabelecer os níveis de contaminação por região, de leve a severo, e que vão contribuir na definição de medidas de contenção da Covid-19.
Além do inquérito sorológico, Reblin aponta que a Sesa vai contar também com uma ferramenta preparada pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), com georreferenciamento até por bairros, e com avaliações matemáticas que estão sendo conduzidas por professores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Quanto à possibilidade de medidas diferentes por municípios ou regiões, o subsecretário ressalta que todas as ações vão seguir avaliações técnicas e de forma bastante criteriosa.
"É muito complexo estabelecer regra única numa condição como essa; o mais seguro é definir regras que sejam muito parecidas para o Espírito Santo inteiro. Mas não é simples de operar, não será fácil. A liberação das atividades virá a partir de segurança absoluta fornecida por um desses três instrumentos para que não se coloque um risco ainda maior à vida das pessoas.", finaliza Reblin.
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