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Sindicato denuncia morte de quase 30 bebês em hospital no ES

Sindicato denuncia morte de quase 30 bebês em hospital no ES

Casos com prematuros ocorreram em um período de três meses no Himaba

Publicado em 22 de maio de 2018 às 01:12

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O Himaba, conhecido como Hospital Infantil de Vila Velha, teve a gestão terceirizada no fim de 2017. (Fernando Madeira)

Quase 30 bebês prematuros morreram no Hospital Estadual Infantil Alzir Bernardino Alves (Himaba), conhecido como o hospital infantil de Vila Velha, em um período de três meses. O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde no Estado do Espírito Santo (Sindsaúde) denuncia que houve aumento no número de mortes após a gestão ser terceirizada para o Instituto de Gestão e Humanização (IGH).

Sindicato denuncia morte de quase 30 bebês no Himaba

Segundo o sindicato, os casos ocorreram de 6 de outubro a 22 de dezembro de 2017. Em comparação, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) de outubro de 2016 a janeiro de 2017, 14 morreram. Mas pasta diz que, percentualmente, o número diminuiu.

O Estado contratou o IGH para administrar o Himaba, desde outubro do ano passado. A presidente Sindsaúde, Geiza Pinheiro Quaresma alega que foram demitidos profissionais antigos da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin).

“Agora, tivemos acesso a uma cópia de relatório oficial onde está registrado o aumento dos casos de morte de prematuros, no período inferior a três meses, quase 30 bebês faleceram no infantil de Vila Velha. Houve negligência por parte do hospital, que mudou o quadro de profissionais em todos os setores, inclusive na Utin. Há deficiência de enfermeiros e médicos experientes”, afirma, embora a Sesa negue que a equipe médica do setor tenha mudado.

Diante dos problemas, o Sindsaúde preparou um dossiê denunciando crimes contra a infância, que será enviado para entidades em níveis estadual, nacional e internacional. Na lista, os Ministérios Públicos Estadual e Federal, Ministério Público do Trabalho, Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa.

Nas denúncias, serão acrescentadas informações sobre a falta de material básico de higiene, falta de manutenção na estrutura, paredes com fungos, teto com infiltração do hospital entre outros problemas que contribuem para o aumento dos casos de infecção hospitalar. “Esta tragédia no Himaba não pode continuar. São famílias que estão sendo destruídas”, alega.

SESA

A diretora técnica do Himaba, Patrícia Helena Simões, contesta as informações do Sindsaúde. Ela afirma que a porcentagem de mortes de prematuros internados na Utin reduziu desde a terceirização. Dados apontam que de outubro de 2017 a janeiro de 2018 foram 207 bebês vivos e 26 mortes (11%). Já de outubro de 2016 a janeiro de 2017 foram 83 bebês vivos e 14 mortes (14%).

A diretora afirma que essas mortes estão associadas ao grau de complexidade dos casos: são, em sua maioria, prematuros com menos de um quilo com comorbidade, ou seja, com associação de outras doenças, como a malformação intestinal, cardíaca e urinária. Dentre esses casos, também há bebês com mais de um quilo, mas que chegam em condições mais graves e necessitam de cirurgia cardíaca.

UNIDADE TEVE PROBLEMAS DE SUPERLOTAÇÃO

“Se observar, a porcentagem do número de óbitos diminuiu, o que aconteceu foi o crescimento da quantidade de atendimentos após as melhorias realizadas, inclusive, a equipe médica continua a mesma na Utin. Em muitos casos, as doenças nem são diagnosticadas pela falta de pré-natal ou por ele ser feito de forma inadequada”, finaliza.

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