Depois de duas semanas de chuvas intensas, os afetados pelas enchentes e enxurradas no Estado contam com a solidariedade das pessoas e o apoio do poder público para retomar sua rotina. Refazer documentos e receber água potável e alimentos e até mesmo ter um lugar para ficar são apenas algumas das necessidades de milhares de capixabas neste momento.
O defensor público do Estado Rafael Mello lembra que o desastre não escolhe suas vítimas. Ele causa um efeito de destruição generalizada, e muitas pessoas que não precisavam de medidas assistenciais, do dia para noite, precisam de ajuda. O poder público serve para dar acesso e reestruturar a vida das pessoas.
Para as vítimas terem acesso a seus direitos, os municípios precisaram decretar estado de calamidade pública ou situação de emergência. A publicação garantiu o acesso a até R$ 6.220 do saldo em conta do FGTS e o envio de ajuda nacional. O governo federal antecipou o saque do Bolsa Família, refente ao mês e fevereiro, para famílias das áreas atingidas.
A União também prorrogou o pagamento do Simples Nacional para comerciantes de Alfredo Chaves, Iconha, Rio Novo do Sul e Vargem Alta. Já alguns bancos, propuseram linhas de crédito especial para pessoa jurídica reconstruir o negócio e aumentaram o prazo para o pagamento de dívidas e empréstimos.
Uma força tarefa do Estado está nas áreas atingidas, dando orientações e realizando o pedido de segunda via dos documentos perdidos. Também está realizando o cadastro das famílias com renda de até três salários mínimos no CadÚnico para que tenham acesso ao Cartão Reconstrução, com crédito de R$ 3 mil.
O funcionário municipal Valter Cândido é um dos precisam de um novo lar. Com renda mensal de um salário mínimo (R$ 1.039), o morador do bairro Garagem, em Castelo, diz não ter dinheiro para construir a casa, destruída. Tudo o que meus filhos precisam sou eu quem resolvo. Não tenho condições de reconstruir a casa. Cuido deles com esse salário, não dá pra fazer mais nada além disso.
Marinete Pereira Andrade, 50 anos, é outra vítima da falta de estrutura. Ela enfrenta o risco diário de morar em um local de risco. A moradora de Cariacica lembra que na enchente de 2019 perdeu tudo e conseguiu recomeçar graças a doações, mas acabou perdendo tudo novamente neste ano e precisou sair de casa por conta do perigo.
Já os irmãos Eliane Rosilda de Souza, 41, e Antônio Jorge Chagas, 43, são vizinhos em Vila Rica, também em Cariacica. Eles moram a cerca de 100 metros de um rio que corta o bairro. No final de 2013, foram atingidos pela cheia do curso dágua e perderam quase tudo. Passamos por muita dificuldade. Moro nesse bairro desde 2011 e em 2013 passei por três enchentes, duas em novembro e outra no final de dezembro. Em 2014, fizemos o cadastro no Cras, e recebemos um benefício do governo, conta.
Com colaboração de Luiza Campos e Vilmara Fernandes
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