O surto na creche particular Praia Baby, na Praia da Costa, em Vila Velha, também foi provocado pela contaminação por um vírus que não é muito comum no Brasil, o norovírus. Anteriormente, a bactéria E.Coli, encontrada em torneiras e em amostras de água na unidade havia sido apontada como única causadora do surto.
Pelo menos 11 das 37 vítimas que apresentaram diarreia aguda foram contaminadas pelo vírus e nove pela bactéria E.coli, sendo que duas delas pelo tipo mais grave. Segundo o Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen-ES), os 37 casos, 21 pessoas se tratam de crianças, e 16 de adultos. Ainda não se sabe se essas vítimas foram infectadas pelos dois agentes causadores ao mesmo tempo (vírus e bactéria). Até o momento há apenas a confirmação de que os exames do menino Theo, de 2 anos, que morreu, apresentaram o vírus e também a bactéria.
As informações foram apresentadas nesta terça-feira (7) por membros das secretarias estadual e municipal de Saúde em reunião na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa. O grupo de trabalho ainda não conseguiu identificar, no entanto, a origem do surto, embora afirme categoricamente que ele ficou restrito à creche, o que afasta, por exemplo, a possibilidade de contaminação pela água distribuída pela Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan).
Para o diretor geral do Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo, Rodrigo Rodrigues, a hipótese mais provável é de que a contaminação, tanto pelo vírus quanto pela bactéria, tenha entrado na creche com alguma pessoa contaminada, mas que não apresentava sintomas. Rodrigo afirma que o vírus pode ser transmitido pelo vômito, principal característica de uma pessoa infectada, ou por alimentos e água contaminados.
Nos primeiros dias após o surto foi divulgado o descobrimento da bactéria E.Coli em uma fábrica de cerveja artesanal, que funcionava nos fundos da creche. Depois foi revelado que os exames apontaram que a E. Coli também foi encontrada em amostras de água da torneira do refeitório e na água do reservatório do chafariz usado para recreação das crianças na creche.
No entanto, as investigações não conseguiram concluir se a bactéria encontrada na creche é a mesma que contaminou crianças, funcionários e parentes. Entre as dificuldades para se chegar a essa conclusão, estão os fatos da creche ter sido higienizada antes da coleta de material e da maioria das vítimas ter sido tratada com antibióticos antes da coleta de amostras.
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