Depois de 9 meses fechado para reforma, o Teatro Carlos Gomes, localizado no Centro de Vitória, reabriu no início da semana para a realização da 25ª edição do Festival de Cinema de Vitória. Entretanto, o prédio voltou a funcionar com 17 aparelhos de ar condicionado instalados de forma improvisada, o que chamou a atenção do público do evento.
Os aparelhos foram montados em cima de cavaletes de ferro no camarote do segundo andar do edifício. Eles foram alugados por R$ 22 mil por uma semana pelo Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades), por meio de apoio ao festival. A ação foi intermediada pela Secretaria Estadual de Cultura (Secult).
De acordo com a diretora festival Lúcia Caus, a instalação dos aparelhos foi necessária, pois na última segunda-feira, dia da abertura do evento, a organização verificou que o sistema de refrigeração não estava funcionando. Ela ressalta que mesmo com a instalação improvisada, os equipamentos não oferecem riscos aos frequentadores.
Eu pedi um laudo de segurança. Eu não podia abrir o festival correndo risco com os aparelhos da forma que seriam instalados. Recebi o laudo da empresa dizendo que não tem perigo, e por isso, dei início ao festival, relata Lúcia.
O assessor especial da Secult, Marcelo Siqueira, explicou que por ser um prédio histórico foi correta a utilização dos cavaletes. Como é patrimônio, o ar condicionado não pode ficar pendurado. Essa estrutura de ferro é para evitar o contato com a estrutura. Eles estão com presilhas de segurança, explicou o assessor.
O secretário estadual de Cultura, João Gualberto, afirma que os problemas na refrigeração do prédio foi verificado durante as reformas iniciadas em dezembro. Quando começamos o trabalho o sistema de refrigeração estava funcionando, mas quando foi trocada a parte elétrica verificaram esse problema na aparelhagem. Essa aparelhagem é da reforma de 1979, então tem que trocar tudo, explica o secretário.
Desde dezembro de 2017 foram investidos mais de R$ 218 mil nas reformas do Teatro Carlos Gomes. Os serviços previam a reforma do telhado danificado pelas chuvas, banheiros, pintura interna e externa, troca da parte elétrica e aplicação de produto retardante de chamas nas cortinas, tecidos da caixa cênica e carpetes dos pisos. Até o final do ano o valor vai aumentar mais R$ 26.900, após a verificação de novos problemas do telhado.
SECRETÁRIO QUER MAIS R$ 400 MIL PARA OBRAS
O secretário estadual de Cultura, João Gualberto, disse que a Secult enviou ofício para o governo do Estado solicitando um crédito de R$ 400 mil para a contratação de projetos para a restauração do Teatro Carlos Gomes. A gente começou um processo semana passada para o projeto de restauro. O teatro precisa de uma restauração de grande porte, disse.
O teatro apresenta um histórico de reformas. Em 2010 foram investidos R$ 630 mil. Desde dezembro do ano passado foram mais R$ 218.500, e até o final do ano serão aplicados ainda R$ 26.900 para a continuidade da restauração do telhado.
Gualberto justifica as recorrentes reformas devido a umidade do terreno que o teatro foi construído. O prédio foi feito em cima de um brejo e, por isso, as paredes estão constantemente úmidas. Esse teatro precisa fazer a reestruturação inclusive na sua base para fazer o trabalho de impermeabilização da estrutura, afirma.
ALUGUEL NOVO
Mesmo com o sistema de refrigeração inoperante, o secretário garante a realização de quatro eventos no local até o fim do ano: o festival de teatro em outubro, o de música erudita em novembro e duas apresentações de ópera. Para isso, a Secult irá alugar novamente equipamentos de ar condicionado. A empresa que prestará o serviço será contratada por meio de processo de licitação.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta