O Conselho de Justificação da Polícia Militar decidiu, por unanimidade, pela demissão do tenente-coronel Carlos Alberto Foresti, em razão de seu envolvimento no movimento grevista da PM em fevereiro de 2017. O oficial foi considerado culpado de atos que ferem a legislação militar e, agora, caberá ao governo acatar ou não a decisão pelo afastamento definitivo de Foresti.
O tenente-coronel foi considerado culpado porque teria procedido incorretamente no desempenho de seu cargo, teria adotado conduta irregular e praticado ato que afetou a honra pessoal, o brio policial militar e o decoro da classe.
Em uma rede social, Foresti lamentou o fato e disse que "saiu em defesa da tropa ferida após uma crise nervosa". O tenente-coronel agradece a todos que têm acompanhado a sua situação e rezaram para que fosse inocentado.
"Mas Deus ainda está comigo porque Deus é Deus! E me mantenho firme e forte e espero que vocês também, meus amigos, e a tropa que tanto prezo sejam fortes e mantenham a fé", ressalta, em seu depoimento.
Foresti lembra que dedicou-se à Polícia Militar por quase 25 anos e, até então, nunca havia sido punido na corporação. E volta a agradecer a todos os policiais com os quais trabalhou ao longo desse período, no interior e na Grande Vitória, inclusive em grupos especiais.
O presidente da Associação dos Militares do Espírito Santo (Assomes), tenente-coronel Rogério Fernandes Lima, disse que Foresti não é associado à entidade mas, ainda assim, ele se preocupa com a punição destinada ao colega de farda.
"A gente entende que uma decisão dessa natureza provoca um tensionamento. Espero que todos os direitos e garantias do oficial tenham sido respeitados para que não seja feito qualquer tipo de injustiça", afirma.
O tenente-coronel observa ainda que a demissão de um oficial, que tem um alto custo de formação para o Estado, não deve ser adotada sem toda a cautela necessária. "Há situações em que é preciso punição. Mas devemos lembrar que o oficial é um policial altamente capacitado, que detém conhecimento amplo de segurança pública, e as garantias devem ser observadas para avaliar se realmente é caso de demissão", argumenta.
Rogério Fernandes acrescenta que, embora haja a decisão do Conselho de Justificação, a demissão só acontece após a tramitação por um conselho estadual de correição, criado no ano passado, pelo governador Paulo Hartung o qual, se decidir manter o afastamento de Foresti, precisa submeter o caso ao Tribunal de Justiça para homologação.
O governo do Estado foi procurado, por meio da assessoria do vice-governador César Colnago (Hartung está de férias), mas ainda não se manifestou sobre o assunto. Já a assessoria da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informa que a decisão do Conselho de Justificação é inerente à PM e não passa pelo crivo do órgão.
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