A virada de ano em Vila Velha foi marcada por uma queima de fogos na areia da Praia de Itaparica que deixou pelo menos oito pessoas feridas durante os estouros do show pirotécnico. O saldo é pouco perto do que poderia ter ocorrido, pelo menos é o que garante o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Carlos Wagner Borges, em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, na manhã desta quinta-feira (02). Após o incidente, a Prefeitura de Vila Velha interditou o Quiosque do Vitalino e multou o proprietário em R$ 6,5 mil reais.
"Na verdade, todo o procedimento, de uma maneira bem simples de se falar, foi todo errado. Não deveria ter esse tipo de queima de fogos em um local de grande concentração de público, em local próximo de residências e instalações elétricas. Se observarmos essa orla da Praia de Itaparica, o ponto da queima e os apartamentos que se encontram de frente são muito próximos, poderia ter gerado um incêndio. Não aconteceu o pior, de alguém morrer nessa situação, porque Deus não permitiu. Existiam todas as condições necessárias para que situações como essa viessem a acontecer. Houve uma total imprudência e falta de zelo à vida humana", disse o militar.
Carlos Wagner salientou ainda que todas as pessoas próximas ao Quiosque do Vitalino na área onde a estrutura dos fogos foi montada correram risco de se queimarem com a queima descontrolada. "Quem estava ali, corria risco. Não houve um afastamento adequado da área de queima de fogos e o local não era apropriado. São vários aspectos que levaram ao acometimento da situação do dia primeiro. No local havia alguns tapumes, mas isso não foi suficiente para fazer toda a proteção de tudo aquilo que se encontrava no local", destacou.
O tenente-coronel salientou ainda que não há regulamentação ou lei que dificulte a venda e a utilização dos fogos usados no incidente. "Pelo que observamos em um primeiro momento, os fogos que aqui se encontravam eram de classe A e B, que são de queima livre e que se consegue comprar em casa de revendas de fogos de artifício. Não são esses de calibre maior e utilizados nas balsas para todo esse trabalho de pirotecnia que foi observado em Vitória e Vila Velha. As leis voltadas para esse segmento não limitam quantidade de venda. Qualquer pessoa pode chegar e comprar o quanto quiser. O que a lei determina é a proibição de venda para menores de idade. Apenas isso", afirmou.
Outro ponto destacado pelo representante dos bombeiros é a inexistência da cultura de prevenção por parte das pessoas de uma maneira em geral. "O que se tem, na verdade, é mudar nossa cultura e comportamento. É preciso zelar pela prevenção, de cuidado com o próximo. Infelizmente, por conta de questões comerciais, nós temos desprezados o valor à vida. Quando isso ocorre, nós colhemos tristeza, aborrecimento e danos à saúde humana, como foi observado nesses vídeos".
Por fim, o tenente-coronel explicou como se dá a fiscalização envolvendo a venda de fogos de artifícios. "Quem fiscaliza as casas de fogos de artifício é o Exército Brasileiro, no tocante ao armazenamento e a distribuição. Já as prefeituras, fiscalizam o trabalho de funcionamento dos estabelecimentos, e o Corpo de Bombeiros Militar age no tocante de prevenção a incêndios e pânico no local", finalizou.
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