Durante a forte chuva que atinge o ES nos últimos dias, muitos deslizamentos de terra foram registrados no Estado. A BR 262, que liga a Grande Vitória à Região Serrana, e chegou a ser interditada por conta da queda de uma encosta, registrou 52 movimentos de massa desde a última semana.
Segundo o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no ES, Romeu Scheibe Neto, os 52 deslizamentos foram registrados entre o KM 22 e o 37, nos municípios de Viana e Domingos Martins. Deste total, 16 foram classificados como graves, em situações onde ocorreram interdições parciais da rodovia, e dois classificados como extremos, onde aconteceu a interdição total do trecho.
Para minimizar os locais mais impactados, lonas foram colocadas em três trechos. Segundo o superintendente, o objetivo é evitar o encharcamento do solo em locais onde a vegetação foi arrancada pelo deslizamento de terra.
As raízes da vegetação ajudam a conter o aterro no lugar. Quando o trecho não está vegetado, onde o deslizamento causou o arrancamento dessa vegetação, o solo fica sob o efeito direto da chuva. Isso pode provocar novos deslizamentos. Então, a lona pode parecer uma solução simplista, mas tem um resultado grande nestes casos, explicou.
Ainda de acordo com o superintendente, um trabalho de análise está sendo feito em todo o trecho para avaliar as condições das encostas na rodovia. A gente está fazendo uma varredura nestes 15km para poder identificar todos os pontos de instabilidade, disse.
Agora, o órgão está levantando informações para a realização de obras com o objetivo de evitar novos problemas na rodovia. Segundo Romeu, o trabalho foi iniciado e consiste na coleta de dados técnicos para que o DNIT desenvolva um plano de ação do que deve ser feito ao longo do trecho. Ainda não foi estipulado um prazo ou o que pode ser realizado, mas, segundo o superintendente, o levantamento já foi iniciado.
É um trabalho complexo. Não é algo que a gente aperta um botão e sai a solução do outro lado. A gente precisa fazer um levantamento expedito, pois não temos muito prazo, mas deve ser um levantamento pautado em condições técnicas adequadas para que a gente não cometa erros. Isso é o que estamos fazendo agora. Nesses três primeiros dias, (o trabalho) foi dar trafegabilidade à rodovia. Agora, temos que organizar as ideias e focar em um plano de ação para conter novos problemas, disse.
A BR 262 ficou interditada por dois dias, entre quinta-feira (14) e sábado (16), por conta do deslizamento de uma encosta no KM 36, em Domingos Martins. Após trabalhos de limpeza da pista e estabilidade do solo, o trecho foi liberado. No entanto, a Polícia Rodoviária Federal informou que a rodovia pode ser interditada novamente em caso de novas ocorrências de deslizamento. A informação foi corroborada pelo superintendente do Dnit, que esclareceu, no entanto, que somente haverá interdição em caso de real necessidade.
Se tiver um outro deslizamento de barreira, que ofereça risco ou interdite a pista, nós vamos ter que interditá-la e fazer o mesmo procedimento que fizemos no fim de semana. É o protocolo. Se teve queda de barreira, vamos ter que atuar para interditar. Mas, não está no nosso planejamento fazer qualquer intervenção desnecessária, completou.
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