Desde que o novo coronavírus (Covid-19) passou a circular no país, ficou claro que era questão de tempo ter o primeiro caso no Espírito Santo. A doença, para a qual ainda não há vacina, gera preocupação pela rapidez com que se alastra pelo mundo, provocando mortes nos quadros mais graves. No Brasil, dos 19 casos confirmados - um no Estado - não houve óbitos.
A vítima capixaba é de Vila Velha, tem 37 anos, e havia feito uma viagem recentemente à Itália, o epicentro da epidemia na Europa. A paciente já teve alta do hospital, mas permanece em isolamento domiciliar e seus familiares estão sendo monitorados.
Entre as medidas para a prevenção do Covid-19 e de outras doenças respiratórias, uma das recomendações é lavar bem as mãos com água e sabão, ou usar álcool em gel, e na hora de espirrar ou tossir, proteger com o antebraço ou um lenço de papel. Veja agora, ponto a ponto, como a doença chegou ao Estado e o que já foi feito até o momento para o controle do vírus.
Em meados de janeiro, quando o país ainda lidava apenas com casos suspeitos de coronavírus, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) orientou os municípios a terem atenção com os pacientes com sintomas característicos da doença. O órgão entrou em contato com as vigilâncias sanitárias municipais para que ficassem alerta sobre os sinais do novo vírus.
No final de janeiro, a Aeroportos do Sudeste do Brasil (ASeB), que administra o terminal de Vitória, passou a emitir aviso sonoro no aeroporto, alertando passageiros sobre as orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de prevenção ao Covid-19. O comunicado é feito em quatro idiomas: português, inglês, espanhol e mandarim, e dá dicas para evitar a transmissão e em que condições deve-se procurar uma unidade de saúde.
No dia 30 de janeiro, a Sesa anunciou um plano de controle e combate ao novo coronavírus, definindo forma de atendimento nos casos suspeitos, da primeira assistência, passando pela possível internação até a conclusão do tratamento do paciente. Nos casos mais brandos, o plano prevê isolamento domiciliar e, nos mais graves, poderá haver hospitalização. As unidades de referência são o Hospital Dr Jayme Santos Neves, na Serra, e o Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, em Vitória.
O primeiro caso suspeito de coronavírus no Espírito Santo foi registrado na tarde de 25 de fevereiro, terça-feira de Carnaval. Tratava-se de um paciente que havia chegado da Itália ao Estado apresentando febre e outros sintomas respiratórios. A primeira assistência foi dada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Carapina e, depois, ele foi encaminhado ao Hospital Dr Jayme Santos Neves.
Após exame realizado no Laboratório Central do Espírito Santo (Lacen-ES), foi descartado o primeiro caso suspeito de coronavírus, já no dia seguinte, em 26 de fevereiro. O resultado do teste deu positivo para outra doença respiratória: Influenza A.
No mesmo dia em que houve um caso descartado - 26 de janeiro - apareceu outro suspeito, desta vez de um jovem de 25 anos, do município de Aracruz, que havia chegado recentemente de Singapura, na Ásia, um dos países da lista de risco do Ministério da Saúde.
No dia 27 de fevereiro, o arcebispo de Vitória, Dom Dario Campos, assinou um documento orientando os fiéis da Igreja Católica sobre como proceder para evitar o contágio por Covid-19 nas celebrações. Entre as recomendações está a suspensão do abraço da paz e rezar o Pai-Nosso sem dar as mãos.
A Sesa recebeu, em 28 de fevereiro, a notificação de mais quatro casos suspeitos de coronavírus, totalizando cinco naquele momento. Todos foram testados pelo Lacen-ES para quatro tipos de vírus (H1N1, H3N2, Influenza B e sincicial respiratório), e, ao dar negativo, foram remetidos para o Fiocruz, no Rio.
Mais um caso suspeito passou a ser investigado no dia 29 de fevereiro, subindo para seis no total. As notificações eram das regiões Central, Norte e Grande Vitória. Todos os pacientes apresentavam histórico de viagem a um dos países relacionados nos critérios do Ministério da Saúde para definir casos suspeitos.
Dos seis casos suspeitos no Espírito Santo, cinco foram descartados por exames no domingo, 1º de março. O único que permaneceu em investigação foi o de uma criança de Vila Velha.
Passado um dia, mais cinco casos suspeitos foram notificados à Sesa, todos da Grande Vitória, em 2 de março. Voltando a seis em investigação pela Fiocruz, depois de eliminada a possibilidade de ser H1N1, H3N2, Influenza B e sincicial respiratório que são testados no Estado.
A Sesa ampliou o número de hospitais de referência para atendimento de pacientes com o coronavírus no dia 3 de março. Além do Dr Jayme, na Serra, e Infantil de Vitória, passaram a integrar a rede para essa assistência os hospitais Roberto Silvares, em São Mateus; Sílvio Avidos, em Colatina; Santa Casa e Infantil, em Cachoeiro de Itapemirim.
O Ministério da Saúde confirmou no dia 5 de março o primeiro caso de paciente contaminado por coronavírus no Espírito Santo. Trata-se de uma mulher de 37 anos que havia viajado para a Itália. Ela chegou ao Estado em 20 de fevereiro, e dois dias depois começou a ter sintomas. No dia 24, procurou atendimento médico, ficou nove dias internada. Após alta hospitalar, ficou em isolamento domiciliar.
Do total de 28 notificações que a Sesa recebeu, 15 permanecem em investigação neste sábado (7).
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