No dia 30 de dezembro, o engenheiro capixaba Luiz Felippe Teles Ribeiro, 37, foi internado com fortes dores abdominais após ingerir a cerveja Belorizontina, da marca Backer. Dias depois, um exame de sangue detectou a presença de dietilenoglicol no sangue, mesma substância encontrada pela Polícia Civil na água usada para a produção de cerveja da Backer.
Desde então, Luiz tem apresentado um estado de saúde grave. O caso, que já contabiliza quatro mortes e outras 15 pessoas internadas, preocupa a família e amigos do capixaba. Apesar disso, a fé tem sustentado a mãe de Luiz, Laura Ribeiro Teles.
Laura, que mora em Marataízes, está em Belo Horizonte, acompanhando de perto o quadro de saúde do filho. Ela conversou por telefone com a reportagem de A GAZETA. De acordo com ela, Luiz Felippe tem reagido bem à medicação. "Graças a Deus está tudo encaminhando e ele está melhorando. Estamos otimistas em relação ao estado dele", declarou.
Luiz Felippe é natural de Marataízes, mas mora em Belo Horizonte com a esposa. Na véspera de Natal, ele e o sogro, o bancário Paschoal Demartini, 55, ingeriram a cerveja Belorizontina, da Backer. Dias depois, os dois começaram a passar mal, com dores abdominais, febre e náuseas.
No dia 28 de dezembro, o engenheiro foi internado em um hospital particular de Belo Horizonte. O sogro dele, que morava em Ubá, foi hospitalizado no dia seguinte em Juiz de Fora. Segundo a família, ele apresentava um quadro grave de insuficiência renal. Paschoal morreu uma semana depois.
O capixaba e o sogro foram os primeiros casos notificados de uma doença que ainda era misteriosa para a Secretaria de Saúde de Minas Gerais. Porém, com o aumento do número de internações, e a descoberta que todas as vítimas haviam consumido a cerveja Belorizontina, a Polícia Civil de Minas Gerais iniciou uma investigação.
Durante análises laboratoriais em amostras da bebida, a polícia encontrou dietilenoglicol, substância altamente tóxica usada na refrigeração de cerveja. O mesmo composto foi encontrado no sangue de Luiz Felippe, o sogro dele e outras duas vítimas.
Em inspeção na cervejaria, a Polícia Civil identificou a presença de dietilenoglicol na água usada na produção de cerveja. Até o momento, 21 lotes de oito tipos de cerveja da Backer foram contaminados, entre elas a Belorizontina e a Capixaba, produzida exclusivamente para o Espírito Santo.
A Polícia Civil continua investigando o caso para saber o que ocasionou a contaminação. Há hipóteses de vazamento de substância e sabotagem de um ex-funcionário. Parte da fábrica foi interditada e todos os produtos da Backer retirados do mercado. Até o momento, foram registradas 19 internações, sendo que 4 evoluíram para óbito. Todos os casos em Minas Gerais.
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