> >
'Vamos ter uma benção', diz mãe de capixaba contaminado por cerveja

"Vamos ter uma benção", diz mãe de capixaba contaminado por cerveja

Laura Teles Ribeiro está em Belo Horizonte acompanhando o estado de saúde do filho. Família está otimista e vê quadro de melhora

Publicado em 17 de janeiro de 2020 às 20:29

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Luiz Felippe está internado em Belo Horizonte. Ele foi o primeiro caso de intoxicação notificado. (Reprodução )

No dia 30 de dezembro, o engenheiro capixaba Luiz Felippe Teles Ribeiro, 37, foi internado com fortes dores abdominais após ingerir a cerveja Belorizontina, da marca Backer. Dias depois, um exame de sangue detectou a presença de dietilenoglicol no sangue, mesma substância encontrada pela Polícia Civil na água usada para a produção de cerveja da Backer.

Desde então, Luiz tem apresentado um estado de saúde grave. O caso, que já contabiliza quatro mortes e outras 15 pessoas internadas, preocupa a família e amigos do capixaba. Apesar disso, a fé tem sustentado a mãe de Luiz, Laura Ribeiro Teles.

Aspas de citação

Tenho fé que vamos ter uma benção muito grande. Estamos otimistas e está tudo caminhando bem

Laura Teles
Mãe de Luiz Felippe
Aspas de citação

Laura, que mora em Marataízes, está em Belo Horizonte, acompanhando de perto o quadro de saúde do filho. Ela conversou por telefone com a reportagem de A GAZETA. De acordo com ela, Luiz Felippe tem reagido bem à medicação. "Graças a Deus está tudo encaminhando e ele está melhorando. Estamos otimistas em relação ao estado dele", declarou.

ENTENDA O CASO

Luiz Felippe é natural de Marataízes, mas mora em Belo Horizonte com a esposa. Na véspera de Natal, ele e o sogro, o bancário Paschoal Demartini, 55, ingeriram a cerveja Belorizontina, da Backer. Dias depois, os dois começaram a passar mal, com dores abdominais, febre e náuseas. 

No dia 28 de dezembro, o engenheiro foi internado em um hospital particular de Belo Horizonte. O sogro dele, que morava em Ubá, foi hospitalizado no dia seguinte em Juiz de Fora. Segundo a família, ele apresentava um quadro grave de insuficiência renal. Paschoal morreu uma semana depois. 

Cerveja Belorizontina da cervejaria Backer. (Reprodução/Backer)

O capixaba e o sogro foram os primeiros casos notificados de uma doença que ainda era misteriosa para a Secretaria de Saúde de Minas Gerais. Porém, com o aumento do número de internações, e a descoberta que todas as vítimas haviam consumido a cerveja Belorizontina, a Polícia Civil de Minas Gerais iniciou uma investigação.

Durante análises laboratoriais em amostras da bebida, a polícia encontrou dietilenoglicol, substância altamente tóxica usada na refrigeração de cerveja. O mesmo composto foi encontrado no sangue de Luiz Felippe, o sogro dele e outras duas vítimas. 

Polícia instaura inquérito contra a empresa Backer, que produz a cerveja BelorizontinaFoto: Uarlen Valério/O Tempo/Folhapress). (Uarlen Valério/ O Tempo/ Folhapress))

Em inspeção na cervejaria, a Polícia Civil identificou a presença de dietilenoglicol na água usada na produção de cerveja. Até o momento, 21 lotes de oito tipos de cerveja da Backer foram contaminados, entre elas a Belorizontina e a Capixaba, produzida exclusivamente para o Espírito Santo. 

Este vídeo pode te interessar

A Polícia Civil continua investigando o caso para saber o que ocasionou a contaminação. Há hipóteses de vazamento de substância e sabotagem de um ex-funcionário. Parte da fábrica foi interditada e todos os produtos da Backer retirados do mercado. Até o momento, foram registradas 19 internações, sendo que 4 evoluíram para óbito. Todos os casos em Minas Gerais. 

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais