Em cinco anos, o número de pacientes com HIV em atendimento no sistema de saúde municipal de Vila Velha mais do que dobrou. No ano de 2014, eram 927 e, agora, são cerca de 2,2 mil. O aumento expressivo de pessoas com Aids é visto com preocupação e é um dos motivos para a criação de uma sala de vacinação específica para atender a esse público. É a primeira no Estado com esse perfil de assistência.
A medida nada tem a ver com discriminação dos portadores de HIV, mas com a necessidade de um atendimento especializado, segundo o secretário municipal da Saúde, Jarbas Ribeiro de Assis Junior. Ele explica que as pessoas com Aids têm baixa imunidade e, além de estarem mais suscetíveis a pegar outras doenças que podem levar ao agravamento de seu quadro, também estão sujeitas a desenvolver a patologia que a vacina deveria prevenir.
Isso porque boa parte das vacinas do sistema público de saúde é feita com vírus vivo atenuado, fato que, numa pessoa que não tem Aids, não oferece perigo. Mas, para quem tem a doença, existe um risco aumentado. Por outro lado, a vacinação é indispensável.
"O organismo dessas pessoas não tem defesa. Se o sarampo, por exemplo, pode matar uma pessoa saudável, imagine em pacientes com HIV. Mas eles não podem vacinar sem a avaliação de uma equipe de saúde sobre sua condição para determinar o momento adequado da imunização", aponta Jarbas Filho.
Por essa razão, a sala de vacinação vai funcionar, a partir da próxima quinta-feira (5), no mesmo prédio onde hoje já existe o centro de referência para atendimento a pacientes com Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis. O espaço será voltado a quem tem HIV, e também a portadores de hepatites e sífilis. O atendimento será das 7 às 17 horas, de segunda a sexta-feira, no edifício ao lado do Hospital Antônio Bezerra de Faria, no bairro Olaria, em Vila Velha.
Nesse centro há uma equipe multidisciplinar que faz o atendimento - médico, enfermeiro, psicólogo, assistente social - que está apta a avaliar os pacientes antes da vacinação. "Mas é importante ressaltar que, embora as pessoas com Aids consigam hoje viver normalmente se fizerem o acompanhamento e tratamento adequadamente, a prevenção é sempre melhor."
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