O tiroteio registrado no Morro do Moscoso, no centro de Vitória, na noite dessa segunda-feira (3) reacendeu o medo de pelo menos 23 famílias que moram na região que também envolve a Piedade, Morro da Capixaba e a Fonte Grande. O grupo formado por cerca de 100 pessoas já mostrou interesse em deixar a casa onde mora para fugir do fogo cruzado provocado por causa da disputa entre traficantes do território e criminosos rivais que agem na Capital.
No mês de novembro do ano passado, cerca de 40 famílias que foram expulsas por traficantes ou abandonaram suas casas, ganharam, na Justiça, o direito de receber aluguel social em outro bairro.
O pedido de pagamento de aluguel social imediato para as famílias expulsas foi feito pela Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES) contra o governo do Estado e a Prefeitura de Vitória após ingressar com Ação Civil Pública.
Jocelino da Conceição Júnior, um dos membros do Instituto Raízes, atuante na comunidade da Piedade, disse que nos últimos meses a região respirava ares de tranquilidade e integração. Prova disso, na visão dele, é a realização dos ensaios da escola de samba Unidades da Piedade, na quadra do bairro.
Agora, após o episódio de violência registrado no Moscoso, o Instituto vai continuar fazendo o monitoramento e fortalecimento de vínculos entre os moradores e os territórios afetados.
Estamos trabalhando no sentido de fortalecer a ideia de que o território se reinvente e as pessoas não precisem deixar o lugar onde moram. Precisamos pensar na formulação de políticas públicas efetivas, além de fortalecer a escola pública, a unidade de saúde, a urbanização e a mobilidade do bairro, pontuou.
A Polícia Militar informou que o policiamento segue reforçado na região. Por nota, a corporação explicou que os policiais foram surpreendidos por bandidos que atiraram contra eles a partir da região da mata. Como os agentes não tinham visão clara da origem dos disparos, precisaram se proteger. O caso é investigado pela Polícia Civil.
"Para preservar, ainda, a integridade dos moradores, com avaliação técnica, os militares decidiram por não revidar os disparos, visto que haviam residências na linha de tiro e inocentes poderiam ser atingidos. Os reforços foram chamados e se deslocaram rapidamente para a região, sendo que os bandidos fugiram por dentro da mata e não foram localizados", informou a nota.
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