Os acidentes de trânsito estão no dia a dia do capixaba e muitos deles acabam em tragédia. Somente neste ano, foram registrados 38 mil colisões ou atropelamentos em vias urbanas e rurais do Espírito Santo, segundo dados do Movimento Capixaba para Salvar Vidas no Trânsito (Movitran). Desse total, 14 mil ocorrências tiveram vítimas, sendo que 738 delas morreram, ou seja, duas pessoas morrem por dia no trânsito no Estado. Mas onde e como eles acontecem?
Dados do Observatório de Segurança Pública do Espírito Santo apontam que 45% das pessoas que morreram em acidentes foram vítimas de colisões envolvendo motos. Outros 33% correspondem a ocorrências entre veículos como carros e caminhões, e 21% são de mortes por atropelamento.
"Há 5 anos, 700 mil pessoas usavam o transporte público na Grande Vitória. Atualmente, 500 mil são usuárias desse serviço. Para onde foram essas 200 mil? A aquisição de motos cresceu consideravelmente, e até mesmo quem tem condições tem um carro para usar como transporte por ser mais barato e por ter maior mobilidade. O aumento do número desses veículos na rua, aliado à imprudência do condutor, gera um crescimento na quantidade de acidentes envolvendo motos", observa o capitão Hércules Raul Maciel, comandante da 1ª Companhia do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar.
As pessoas que mais morrem no trânsito são homens, representando 85% das vítimas, de acordo com o Observatório de Segurança Pública do Espírito Santo.
"Na maioria dos casos, homens estão dirigindo. Eles se arriscam mais, são mais impudentes. A mulher é mais preocupada e evita o excesso de velocidade. Além disso, os homens têm idades mais críticas, que é a faixa etária até 25 anos, quando são mais inconsequentes e, depois dos 60 anos, quando possuem menos reflexo. A população tem envelhecido mais e também mantido o hábito de dirigir. Portanto, têm ocorrido mais acidentes com pessoas nesta faixa etária", explica André Cerqueira, presidente do Movitran.
A maior concentração de veículos é na região metropolitana, onde, consequentemente, também ocorre o maior número de mortes no trânsito. "O volume de carros é muito maior. Proporcionalmente também será o número de vítimas. Onde há maior aglomerado de pessoas e veículos, há também o de vias de acesso e mais acidentes", pontua André Cerqueira.
Sábado e domingo são os dias em que acidentes geram mais mortes, sendo 149 e 158, respectivamente, somente até novembro deste ano. "No final de semana, o fluxo deixa de ser com o objetivo de chegar ao compromisso ou ao trabalho. As pessoas usam o mesmo veículo para se divertir, por isso o horário dos acidentes mais graves tende a ser entre 18h e meia-noite. São dias e horários em que as pessoas estão mais distraídas", explica o capitão Hércules.
O engenheiro André Cerqueira acredita que tenha mais um fator que influencie nesse horário com mais acidentes. "As pessoas estão mais cansadas, já passaram um dia inteiro fazendo coisas e isso ajuda a piorar a situação do reflexo e colabora com a ocorrência de mais imprudências", afirma.
É exatamente por haver mais registros de acidentes de trânsito nos finais de semana, quando as pessoas procuram ir a locais menos distantes, que o registro de ocorrências desse tipo é maior em ruas municipais e rodovias estaduais. "A rodovia federal é mais usada para trabalho e grandes distâncias. Por isso, os acidentes tendem a se concentrar nas vias estaduais e dentro dos bairros", observa o capitão da PM. Sobre onde os acidentes fatais que mais acontecem, a Serra é líder absoluta, com registro de 73 mortes no trânsito neste ano.
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