Para evitar que qualquer cerveja Belorizontina contaminada seja vendida no Espírito Santo, a Secretaria Estadual de Saúde (SESA) publicará uma portaria na próxima segunda-feira (13), para que as vigilâncias sanitárias municipais façam vistorias nos estabelecimentos comerciais e recolham as garrafas pertencentes aos lotes L1-1348 e L2-1348, envolvidos no caso.
A medida segue uma orientação do Ministério da Agricultura. Como não há rastreamento, não tem como saber se essas bebidas vieram para cá. A nossa medida, no entanto, é por precaução, já que o problema está bem restrito à região de Belo Horizonte, em Minas Gerais, explicou o coordenador Gilton Almada, do Comitê Operativo de Emergência da SESA.
Nesta semana, um homem morreu em decorrência da contaminação da cerveja fabricada pela Backer. De acordo com a investigação da Polícia Civil, um laudo apontou a presença de uma substância tóxica chamada dietilenoglicol em duas garrafas de lotes diferentes. Outras sete pessoas também estão internadas em hospitais de Minas Gerais.
Ainda de acordo com Almada, a SESA encaminhou aos municípios uma nota técnica emitida pelo governo mineiro. Apenas pedimos ao setor de saúde para que, se alguma pessoa apresentar os sintomas específicos, principalmente se advinda de Minas Gerais, notifique o caso para ajudar na investigação, esclareceu.
O coordenador também falou sobre o quadro clínico vinculado à possível contaminação. Começa com febre, enjoos e fortes dores abdominais. Com a evolução do problema, que acontece de forma lenta, a pessoa pode apresentar uma insuficiência renal e consequências neurológicas, que podem até causar cegueira, revelou.
Depois de tomarem conhecimento da situação, duas redes de supermercados capixabas recolheram todos os produtos fabricados pela Backer, durante esta sexta-feira (10). Na mesma data, a cervejaria também sinalizou que fará o ressarcimento dos clientes que compraram unidades da Belorizontina, independentemente do lote, mediante a devida devolução do produto.
Entre as oito pessoas contaminadas pela substância tóxica está o capixaba Luiz Felippe Teles Ribeiro, de 37 anos. Natural de Marataízes, ele se mudou para Minas Gerais e está internado em estado grave em um hospital de Belo Horizonte. O sogro dele, Paschoal Demartini Filho, de 55 anos, é a vítima que morreu em decorrência da contaminação.
Os dois começaram a passar mal poucos dias antes do Natal, quando tomaram juntos a cerveja Belorizontina. A família e os amigos de Luiz Felippe pedem para que as pessoas colaborem doando sangue na Vita Hemoterapia, na capital mineira. Todos os tipos sanguíneos são aceitos e o local funciona em dias úteis (das 7h30 às 16h) e aos sábados (das 8h às 13h).
Acionada por A Gazeta, a cervejaria Backer informou que aguarda a conclusão das investigações e que está colaborando com as autoridades. Bem como afirmou que tem todo o interesse em esclarecer os fatos e que a substância dietilenoglicol não faz parte de nenhuma etapa do processo de fabricação de seus produtos. Confira abaixo a nota na íntegra:
"A Backer informa que continua colaborando com as autoridades, que tem todo interesse em esclarecer os fatos e reitera que a substância dietilenoglicol não faz parte de nenhuma etapa do processo de fabricação de seus produtos. Para o bem-estar e conforto de seus clientes, comunica que irá recolher, caso seja de interesse do consumidor, outros lotes da cerveja Belorizontina, mesmo que não sejam os lotes L1-1348 e L2-1348, a partir de segunda-feira, 13 de janeiro. Neste caso, o cliente, de porte do cupom fiscal da compra, deve procurar o estabelecimento comercial onde adquiriu o produto e fazer a devolução. O cliente será ressarcido no momento da devolução."
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