O município de Vitória é a sexta capital do país com maior incidência do novo coronavírus (Covid-19) na população. Na cidade capixaba, já foram registrados 17,1 casos por 100 mil habitantes, segundo informações divulgadas nesta terça-feira (7) pelo Ministério da Saúde. A taxa é superior, inclusive, à do Rio de Janeiro (16,5), onde a contaminação vem se mostrando elevada nas últimas semanas.
O ministro Luiz Henrique Mandetta, durante coletiva de imprensa, chamou a atenção para os dados das capitais. "Somos um país de 215 milhões de habitantes. Temos dito aqui em todas as nossas apresentações, atenção cidade tal, cidade tal, vocês são cidades que estão com os números chamando atenção do radar nacional", disse. Vitória, embora não tenha sido citada diretamente, está com indicador acima da média nacional, de 16 casos a cada 100 mil habitantes.
Para o infectologista e professor universitário Crispim Cerutti, os números mostram que o nível de preocupação com a disseminação do novo coronavírus em Vitória deve ser semelhante ao de um grande centro urbano.
"Apesar de termos uma impressão que no Rio de Janeiro há muitos casos, precisamos considerar que proporcionalmente, quando se leva em conta essa diferença populacional, estamos acima do Rio de Janeiro. Não podemos esquecer que existe um risco de contágio, que se mostra alto em Vitória. Precisamos continuar evitando aglomerações e tomar medidas semelhantes às de grandes metrópoles", destacou.
A Secretaria Municipal da Saúde (Semus) informou, por nota, que não iria se manifestar porque a fonte para os casos de Covid-19, mesmo numa situação específica de Vitória, é o Estado.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) avalia, por sua vez, que Vitória foi impactada nos últimos dias pela confirmação de 18 casos, em apenas um dia, entre idosos de uma Instituição de Longa Permanência (ILP). Na casa de repouso da capital, houve uma morte e quatro funcionários também foram infectados.
Questionado, o subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, considera que a capital capixaba tem condições de conter o avanço da doença por meio de suas próprias equipes, sem a necessidade de um suporte da Sesa. "Vitória tem grande capacidade de monitorar todos os agravos que dizem respeito à saúde das pessoas e de dar os encaminhamentos necessários", ressalta.
Reblin reforça, ainda, que a Grande Vitória como um todo concentra a maioria dos casos no Espírito Santo e que, portanto, a região metropolitana precisa, mais até do que em outro lugar, manter o isolamento social. "Sob pena de termos aqui situação de dificuldade no atendimento muito em breve, se o volume de casos continuar crescendo nessa velocidade." No início, das notificações de casos suspeitos no Estado, 5 % eram confirmadas. Em pouco tempo dobrou e, agora, tem um índice médio de 14%.
A liderança no ranking das capitais ficou com Fortaleza, cuja taxa de 34,7 é mais que o dobro de Vitória. Na sequência, vêm São Paulo (30,6), Manaus (21,7), Florianópolis (18,8) e Porto Alegre (17,3).
"Quando a gente olha por capital, realmente há uma preocupação, uma atenção especial com Fortaleza. Eles têm um plano de contingência, têm profissionais muito qualificados, estamos atentos e acompanhando junto ao secretário estadual e à secretária municipal", disse, durante coletiva, Wanderson Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde do ministério.
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