A altinha, prática esportiva que ganhou as praias capixabas, pode ter espaço reduzido em Vitória neste verão. Um projeto de lei de autoria do vereador Max da Mata propõe a limitação da atividade na Capital nos meses de alta temporada, em praias com extensão de até 200 metros. A proposta foi aprovada por unanimidade na Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (26) e gerou polêmica entre praticantes da altinha.
O projeto de lei prevê a regulamentação da altinha em praias menores, como Ilha do Boi, Ilha do Frade e Enseada do Suá, nos fins de semana dos meses de dezembro, janeiro e junho, quando Vitória recebe um número maior de turistas. O vereador Max da Mata ressaltou que o objetivo não é proibir a prática de altinha nas praias da Capital, mas limitar o espaço da atividade.
"Queremos que a prefeitura estabeleça um local para a prática de altinhas em praias que tenham até 200 metros de extensão, e que, durante esse período do ano, ficam ainda mais cheias. Não existe um cunho de proibir a atividade, tanto que não estão previstas punições para quem não respeitar o espaço. Nós queremos conscientizar os praticantes da altinha para evitar confusões nas praias de uma bola cair nos banhistas, por exemplo", explicou.
De acordo com Max, confusões tem sido frequentes em praias por causa da prática da altinha em locais com pouco espaço. Em setembro deste ano, banhistas e praticantes da atividade se envolveram em uma briga na Ilha do Boi após uma bola atingir a cabeça de um homem. Segundo o vereador, é preciso evitar que este tipo de situação aconteça.
"As pessoas querem ir para a praia curtir o dia, relaxar. Elas não podem ficar levando boladas. Mais uma vez, não queremos proibir a altinha, nós queremos que haja um espaço delimitado para a prática que não afete os banhistas", declarou.
O projeto de lei, contudo, não foi bem aceito por praticantes da atividade. Nas redes sociais, o grupo Canalta Classe, que incentiva e promove eventos de altinha em Vila Velha, subiu a hashtag #MinhaBolaNãoÉIlegal. De acordo com um dos criadores do grupo, João Lucas de Souza, 22, vários projetos sociais são desenvolvidos em escolas por meio da altinha.
"Existe muita gente que pratica a altinha nas praias do Espírito Santo. Em Vila Velha, nunca tivemos problema, inclusive a prefeitura incentiva a prática. A altinha não é apenas uma prática esportiva, ela une pessoas, traz jovens para o esporte", declarou.
Praticante da altinha há oito meses, o professor Edny Vinicius, 38 anos, acha que é preciso dialogar e conscientizar as pessoas. Para ele, a lei é uma medida muito radical e que vai prejudicar a movimentação nas praias de Vitória.
"A praia é para todos, inclusive para quem pratica altinha. Não vejo porque criar uma lei, principalmente que vai afetar o verão nas praias", destacou.
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