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Vitória registrou 874 casos suspeitos de dengue em 16 dias

Vitória registrou 874 casos suspeitos de dengue em 16 dias

Os bairros da Grande São Pedro são os que mais registraram casos suspeitos

Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 06:00

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Caixa d'água destampada pode ser tornar foco de dengue. (Ricardo Medeiros)
Vitória registrou 874 casos suspeitos de dengue em 16 dias

Os casos de dengue — que  se alastraram por todo o Espírito Santo no último ano — devem permanecer altos em 2020. Somente na Capital, há 874 casos suspeitos de dengue nos 16 primeiros dias de janeiro. O número é 176%  maior que no mesmo período do ano passado, quando foram 316 notificações, segundo a prefeitura de Vitória.  

Os bairros campeões de registros fazem parte da Grande São Pedro: Nova Palestina possui 239 notificações e São Pedro III teve 61 registros. Já São Pedro I e II acumulam, juntos,61 casos.

A reportagem de A GAZETA percorreu os bairros São Pedro e Santo Antônio e encontrou diversos casos. Há relatos de famílias inteiras com a doença. Moradora do bairro São Pedro, a dona de casa Eliete Silva Oliveira, 45, percebeu que a filha Achela Silva Salla, 23, começou a passar mal no dia 1 de janeiro. Os sintomas iniciais foram de dor de cabeça e febre; a temperatura da jovem ficou  tão alta que ela teve uma crise convulsiva. Após ir duas vezes ao Pronto Atendimento de São Pedro, descobriu que a filha estava com dengue.

Achela Silva Salla e a mãe Edite: epidemia de dengue na região de São Pedro. (Ricardo Medeiros)

“Ela ficou muito fraca, agora que está melhorando a alimentação e reagindo melhor. Aqui em São Pedro tem muita gente com dengue e chikungunya, a situação está bem complicada. Na minha casa, olhei tudo e não tem água parada, mas não sei a situação da vizinhança”, pontuou.

No Pronto Atendimento de São Pedro, todos os bancos estavam cheios e boa parte das pessoas aguardava atendimento por causa dos sintomas da dengue e do chikungunya. Entre elas estava a estudante Andressa da Vitória Pereira, de 17 anos. Como frequenta Cariacica e Vitória, a adolescente não sabe onde possivelmente foi picada pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. “Não achei criadouro do mosquito em lugar algum”, contou.

Andressa da Vitória Pereira, estudante, moradora de São Pedro. (Ricardo Medeiros)

SANTO ANTÔNIO 

No bairro Santo Antônio,  o técnico eletrônico Jair Pereira Penha, 43, a esposa Mara Cristina dos Santos Assis, 43, e o filho deles, Gabriel Ângelo Assis Penha, 11, tiveram  dengue neste ano. Os sintomas começaram no dia 4 de janeiro. Tiveram início com febre e dor de cabeça, passando por dor e manchas vermelhas pelo corpo. “Primeiro minha esposa e eu começamos com os sintomas, dois dias depois foi meu filho. Não desejo isso para ninguém, não consigo nem sair de casa e ir trabalhar”, contou Jair.

Três pessoas da mesma família tiveram dengue . (Raquel Lopes )

PREVENÇÃO 

A maneira mais eficaz de se prevenir a doença é impedir o ciclo de reprodução do mosquito Aedes aegypti. Ele se reproduz com facilidade no período do verão devido ao maior volume de chuvas e por conta das altas temperaturas. O inseto coloca seus ovos apenas em acúmulos de água e parada.

Muitos materiais podem se tornar propícios para o desenvolvimento de larvas do mosquito, entre eles estão pneus velhos, caixas d’água, garrafas, calhas entupidas, e também recipientes jogados em lixo descoberto.

PREFEITURA DE VITÓRIA

A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou, por meio de nota, que as ações de combate aos mosquitos foram intensificadas nessas regiões. Os Agentes de Combate a Endemias (ACE) estão, diariamente, realizando visitas domiciliares de modo a eliminar os mosquitos em sua forma larvária, visto que, os principais focos do inseto encontram-se dentro de residências. Além disso, o carro fumacê tem circulado durante as madrugadas de 3h às 6h para eliminar os mosquitos em sua fase adulta. 

A Semus informou ainda que foram realizados, nos dias 4 e 11, duas grandes ações de combate a dengue nos bairros Conquista e Nova Palestina que envolveram as Secretarias Municipais de Saúde e Serviços de Vitória, moradores de Nova Palestina, voluntários e técnicos, conforme links abaixo.

A DIFERENÇA ENTRE DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA 

  • 01

    DENGUE

    Febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, manchas e erupções na pele, náuseas e vômitos, tontura, moleza e extremo cansaço, dor no corpo, dor nos ossos e nas articulações, dor no abdome.

  • 02

    CHIKUNGUNYA

    Dor incapacitante nas articulações, febre, dor nas costas, erupções cutâneas, fadiga, náuseas, vômitos, dor de cabeça e dores musculares.

  • 03

    ZIKA

    Febre baixa, dor nas articulações, dor muscular, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, conjuntivite, erupções cutâneas avermelhadas que podem coçar, dor abdominal (pouco comum), diarreia (pouco comum), constipação (pouco comum), pequenas úlceras na mucosa oral (pouco comum).

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