O principal suspeito de ter assassinado as jovens Emilly Martins Pereira, de 21 anos, e Meiryhellen Bandeira, de 28 anos, na noite do dia 21 de setembro de 2017, será julgado nesta terça-feira (10), no Tribunal do Júri, em Linhares. Roberto Luis Pavani é ex-policial militar e está preso preventivamente. Segundo a Justiça, a motivação do crime seria homofobia.
O julgamento está marcado para começar às 9h, no Fórum Desembargador Mendes Wanderley, no bairro Três Barras, em Linhares. Roberto será submetido ao Tribunal Popular do Júri, que vai decidir se ele é culpado ou não pelos crimes acusados.
A sessão de julgamento foi marcada no dia 25 de setembro deste ano. Um dia depois, o juiz André Bijos Dadalto, da 1ª Vara Criminal de Linhares, analisou o pedido feito pela defesa para que fosse revogada a prisão preventiva do acusado. Na ocasião, o magistrado manteve a prisão de Roberto, que está recluso na Penitenciária de Segurança Média 1, em Viana.
No dia 20 de novembro de 2019, o magistrado atendeu um pedido feito pela defesa sobre o transporte do réu no dia do julgamento. O juiz analisou o requerimento e permitiu que Roberto seja transportado de forma individual na viatura da SEJUS, por tratar-se de ser ex-policial militar, visando, portanto, a integridade física do acusado.
As jovens Emilly Martins Pereira, de 21 anos, e Meiryhellen Bandeira, de 28 anos, foram baleadas na noite do dia 21 de setembro de 2017, por volta das 23h48min, na Rua Jânio Quadros, bairro Novo Horizonte, em Linhares.
Meiryhellen morreu na hora. Já Emilly chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada para um hospital particular, em estado grave. A jovem disse aos militares que o autor dos disparos teria sido um senhor de 50 a 60 anos.
Na época, a assessoria do hospital informou que Emilly deu entrada à 0h05 no local com bastante sangramento. Ela foi para o centro cirúrgico à 0h50, mas não resistiu aos ferimentos, que causaram uma grande lesão no fígado, e morreu na madrugada do dia 22 de setembro, às 2h.
No dia 6 de novembro de 2017, o juiz André Bijos Dadalto, responsável pelo caso, recebeu a denúncia feita pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) contra Roberto Luis Pavani. Na decisão, o magistrado decretou a prisão preventiva do acusado e disse que trata-se de um crime gravíssimo e de extrema violência. A motivação, segundo ele, seria homofobia.
No presente caso, estamos diante da prática de crime gravíssimo e de extrema violência praticado contra duas vítimas e com fundados indícios da presença de, pelo menos, duas qualificadoras. Somado a isso, em que pese o depoimento prestado do acusado na esfera policial, os elementos de cognição coletados até a presente dão conta de que a motivação do crime foi em decorrência de preconceito em virtude do relacionamento homoafetivo entre as vítimas, que não puderam esboçar qualquer reação diante da investida do acusado, que se encontrava em superioridade de forças, visto que portava uma arma de fogo., escreveu na decisão.
A defesa de Roberto Luis foi procurada pela reportagem e preferiu não se manifestar sobre o caso antes do julgamento, já que o processo será apreciado por representantes da sociedade no Tribunal Popular do Júri.
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