Após uma índia, de 64 anos, testar positivo para a Covid-19, seis casos suspeitos de contaminação pelo novo coronavírus são investigados na mesma aldeia pela Secretaria da Saúde de Aracruz, na Região Norte do Espírito Santo. A indígena segue internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), de um hospital na Grande Vitória.
Todos os casos sob suspeita são próximos da paciente contaminada. As amostras foram encaminhadas para o Laboratório Central do Espírito Santo (Lacen-ES) e aguardam o resultado das análises, que vão apontar se houve novas contaminações pela Covid-19.
Em entrevista à reportagem de A Gazeta, a secretária municipal de Saúde, Clenir Avanza, destacou que o estado de saúde da paciente segue estável. Hoje ela está internada no hospital, ela está numa UTI e o que nós soubemos do último boletim é que ela estava estável, ou seja, o estado de saúde dela não se alterou. Não é um estado gravíssimo, mas é um estado grave. Nós estamos torcendo para que ela melhore, disse.
Segundo a secretária, o primeiro caso de contaminação na comunidade indígena do município foi de transmissão comunitária. Nós não sabemos ao certo onde foi a infecção, onde ela se contaminou, se ela se contaminou na aldeia, se ela se contaminou no hospital onde ela estava internada, nós não sabemos. Até porque o vírus está colocado em todos os lugares, explica.
Ainda de acordo com a secretária, o resultado do exame não saiu de imediato e a paciente teve contato com muitas pessoas. "Então você fica sem ter um diagnóstico preciso se é Covid-19 ou não, já que no caso dela, é uma paciente com cuidados específicos. Só que ela teve contato com a sua comunidade indígena. Quando ela estava no Santa Mônica, ela recebeu visitas, quando ela estava no São Camilo também, então nós já mandamos colher o exame de todos os familiares, mas, pelas perspectivas e possibilidades, entendemos que vamos ter muitos e muitos problemas se o governo federal não resolver ajudar", avalia.
Antes mesmo do primeiro caso confirmado na comunidade indígena, a Prefeitura de Aracruz já havia adotado medidas de prevenção e combate ao novo coronavírus nas aldeias do município. No entanto, a secretária reforça a dificuldade de fazer o controle da doença, já que muitos índios precisam deixar as comunidades para trabalhar.
Não adianta as barreiras sanitárias, porque muitos indígenas saem para trabalhar. Então, é uma população que precisa de ajuda, é uma população que está procurando cuidar das próprias pessoas das aldeias, mas eles precisam da ajuda de todos nós. Estamos fazendo o que é possível fazer, vamos mandar um contingente de máscaras, para ver se conseguimos fazer com que eles usem as máscaras, mas estamos falando de uma população indígena que tem uma cultura diferente. Imagine se um grande número de pessoas numa aldeia indígena forem infectadas, como que vamos fazer o isolamento na própria casa de um índio no meio do mato?, pondera.
De acordo com a Secretaria de Saúde de Aracruz, as medidas de prevenção e combate ao novo coronavírus serão reforçadas nessas regiões e equipes vão auxiliar na investigação de novos casos.
Estamos providenciando os EPIs para os profissionais de saúde que trabalham lá e estamos colocando a nossa Vigilância Sanitária para fazer a rastreabilidade. Mandamos vacinar todos os idosos, ainda temos uma parcela nas aldeias indígenas que precisam ser vacinadas, vamos mandar vacinar contra a gripe, isso é importante. Agora destinamos um cuidado muito maior para impedir que essa contaminação nas aldeias, que ela vai acontecer, mas que ela não tenha um pico muito alto, que consigamos achatar essa curva de contaminação na população indígena para que possamos cuidar deles, ressalta Clenir.
De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura de Aracruz nesta terça-feira (21), a cidade registrou 152 casos notificados até o momento. Dez casos foram confirmados, 18 continuam sendo investigados e 124 foram descartados.
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