As famílias que moram na Comunidade de Patrimônio da Lagoa, em Sooretama, na região Norte do Estado, precisarão deixar as casas o quanto antes. A remoção é necessária após a análise de laudos periciais realizados nos imóveis que apontaram que há riscos estruturais nas residências. O estudo foi feito por uma empresa contratada pela Fundação Renova, responsável pelos trabalhos de reparação dos impactos gerados após o rompimento da barragem de Fundão, em 2015.
O problema ocorreu após a construção do barramento no Rio Pequeno, em Linhares. A obra tem o objetivo de evitar o contato das águas do Rio Doce com a Lagoa Juparanã. Segundo a Renova, esse barramento pode ter agravado problemas preexistentes e recorrentes na região, como, por exemplo, os alagamentos. Em 2017, a comunidade já tinha sofrido com a cheia da Juparanã o que resultou em propriedades rurais, casas e outros imóveis alagados.
Segundo o agricultor, Carlos Roberto, de 37 anos, a notícia pegou todos de surpresa. Para gente receber uma notícia dessas é constrangedor. Porque você lutar para adquirir suas coisas, conseguir no dia a dia de sol, perdendo noite de sono e tudo, e ter que deixar o seu lar, onde sua família está cultivando o descanso, vai trabalhar, chega em casa e descansa, e hoje você ter que pagar por uma coisa que você não é culpado. Porque a Fundação chegou, fez o estrago que fez no meio ambiente e agora ela não tem projeto nenhum e está fazendo o que? Fazendo a remoção das pessoas devido a chuva que está vindo. Você sai de casa e aí, o que vai acontecer depois? É complicado, lamenta.
Ainda de acordo com ele, não houve uma explicação sobre os prazos que as famílias precisarão ficar fora dos imóveis. Eles só não falaram quando eu tenho que sair, quando eles vão mexer na minha casa, quando eu vou estar de volta. Será que eu vou ter de volta? Será que minha família vai ter o lar dela de novo? Isso aí que ninguém sabe, relata.
De acordo com a Fundação Renova, as famílias que residem na comunidade de Patrimônio da Lagoa estão sendo orientadas e serão acolhidas em período emergencial. Inicialmente, as famílias serão realocadas para hotéis localizados na sede do município com todos os custos pagos pela entidade.
ORIENTAÇÃO
Ao Gazeta Online, a Defesa Civil de Sooretama disse que está acompanhando o caso e orientando as famílias. Informou ainda que tem atuado em conjunto com a Secretaria Municipal de Assistência Social dialogando com as cinco famílias que permanecem na comunidade. Duas famílias já foram encaminhadas para hotéis onde ficarão hospedadas.
Com informações de Luiz Zardini, da TV Gazeta Norte
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta