Uma família de Colatina, Região Noroeste do Estado, vai ter um Dia das Crianças diferente depois de uma visita inesperada. A pequena Emanuelly Vitória, de 5 anos, escreveu uma carta para a Polícia Militar. A menina conta as dificuldades que a família enfrenta porque sua mãe e seu padrasto estão desempregados e pede bonecas de presente para ela e a irmã mais nova. Tocados com o pedido, um cabo e um sargento foram até a residência e levaram muita alegria para a família.
O cabo Rafael Belei Zottele contou que um amigo havia entrado em contato com ele recentemente, contando que arrecadou uma cesta de alimentos e pediu ajuda para doar para quem estivesse precisando.
Eu disse para ele que, até o momento, eu não sabia de ninguém. Mas, no decorrer do serviço, chegamos no Batalhão e o Jorge, padrasto da Emanuelly, nos entregou a cartinha que ela escreveu com a ajuda da mãe. Lemos a carta e nos sensibilizamos com a história. Neste momento, liguei para meu amigo e disse que tinha encontrado a família perfeita para entregar a cesta, detalhou o cabo.
Segundo Zottele, com a autorização do supervisor da equipe, ele e o sargento Xavier foram comprar as duas bonecas para a menina e sua irmã, Ana Luíza, de 2 anos e 7 meses.
Na noite desta quarta-feira fomos até a casa das meninas para entregar os presentes e a cesta de alimentos. Quando chegamos, elas já saíram no quintal comemorando. As crianças ficaram super felizes e impressionadas com tudo aquilo, de ver o sargento e eu ali, fardados, na casa delas, com os presentes. Foi muito emocionante, lembra o policial.
Quando os militares entregaram a cesta, a mãe das meninas ficou muito emocionada.
Para Zottele, a ação foi uma lição de vida. A gente não tem ideia de que uma coisa simples para a gente é tão significativa pra outras pessoas. A carta da Emanuelly mexeu demais comigo. Sou pai, tenho uma filha de 1 ano e 9 meses. Ler as dificuldades da família me desmontou inteiro, revelou o policial.
Na carta, escrita com ajuda da mãe, Emanuelly conta que a família depende do Bolsa Família para sobreviver, mas o dinheiro não é suficiente.
"A mamãe só vive do Bolsa Família, que é muito pouco e só dá para pagar a água, e nós comemos alimentos doados pelas pessoas que nos ajudam. Somos uma família muito humilde", diz a menina.
Ela também conta que o pouco dinheiro que a mãe e o padrasto conseguem com bicos é usado para pagar a comida.
"Quando ela começa a juntar dinheiro para nos fazer felizes no Dia das Crianças, sempre está faltando alguma coisa para nos alimentar e aí a mamãe pega o dinheiro de comprar nosso presente e compra nossos alimentos", afirma Emanuelly na carta entregue aos policiais.
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