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O que se sabe até agora sobre o óleo que chegou às praias do ES

O que se sabe até agora sobre o óleo que chegou às praias do ES

Guriri foi a primeira praia atingida no Estado, mas outras duas estão sob suspeita. Não houve interdição de nenhuma delas

Publicado em 9 de novembro de 2019 às 21:13- Atualizado há 5 anos

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Militares recolhem fragmentos de óleo em praia de São Mateus. (Eduardo Dias)

O óleo que polui as praias do Nordeste do país há cerca de dois meses chegou ao Espírito Santo e os municípios do litoral capixaba estão em alerta máximo. A suspeita é que petróleo da Venezuela tenha vazado de um navio grego quando passava pela costa brasileira, em agosto. Confira ponto a ponto do que se sabe até agora.

PRIMEIRO REGISTRO

A praia de Guriri, em São Mateus, foi a primeira no Espírito Santo a ter confirmada a presença do óleo, segundo a Marinha do Brasil. O material chegou em fragmentos como se fossem pequenas moedas.

Os primeiros pedaços foram encontrados na quinta-feira (07). Os laudos laboratoriais comprovando que se tratava do mesmo material que atingiu o Nordeste foram divulgados nesta sexta-feira (08).

Um Destacamento Operativo com 75 Fuzileiros Navais está em Conceição da Barra e São Mateus realizando ações de monitoramento, desde terça-feira (5). Um comitê foi formado um dia antes, na última segunda-feira (4), para capacitar municípios de toda a costa capixaba com a chegada do material tóxico. O trabalho é conduzido por equipes do Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e Instituto Chico Mendes (ICMBio). Na terça, militares do Exército e Marinha também passaram pela capacitação.

PRAIAS SUSPEITAS

Porém, o material foi levado para análise da Marinha e de órgãos ambientais para se confirmar se é realmente o mesmo que percorre o litoral do Nordeste do país.

A Marinha não informou em quanto tempo os exames laboratoriais devem ficar prontos.

Na manhã deste domingo (10), mais uma praia do litoral Norte do Estado entrou para a lista de possíveis áreas atingidas pelo óleo. Em Pontal do Ipiranga, em Linhares, militares recolheram fragmentos de óleo pela faixa de areia.  O material será encaminhado para análise.

O secretário estadual de Meio Ambiente, Fabrício Machado, explicou que os fragmentos localizados no local são menos que uma moeda. "Pequenas pontinhas, fragmentos mínimos, menores que uma moeda. Aparentemente sim (são do mesmo material do Nordeste), mas está sendo levado para análise."

USO DAS PRAIAS

Os banhistas podem continuar usando as praias pois, segundo a Capitania dos Portos do Espírito Santo, os vestígios chegaram em pedaços bem pequenos, o que não impede o uso para banho e também para a pesca, por enquanto.

CONCEIÇÃO DA BARRA EM ALERTA

Por ser uma praia capixaba mais próxima da divisa com a Bahia, Nordeste do Brasil, esperava-se que o óleo chegasse antes em Conceição da Barra do que em Guriri. Aparentemente, o produto “passou direto” pela praia devido a correntes marinhas. Porém, os governos municipal e estadual ainda estão se mantendo em alerta.

RIO FECHADO

A autorização foi dada pelo Iema como medida de prevenção.

Outra preocupação da população é o Rio Cricaré, também em São Mateus, que abastece a cidade. Por ter a foz mais larga, a prefeitura não consegue fazer o fechamento com areia como fez no Rio Mariricu.

MONITORAMENTO

Ao todo, 150 pessoas da Marinha, 120 do Corpo de Bombeiros e 60 do Exército estão envolvidas em ações de monitoramento e contenção do óleo no Estado. O Ibama tem acompanhado os estuários (locais onde os rios encontram o mar) do Litoral Norte e um relatório está sendo produzido para indicação de ações concretas. Já a Defesa Civil Estadual afirma que possui recursos suficientes para as necessidades de contenção do momento uma vez que o óleo que chegou de forma amena.

Fragmentos de óleo chegaram no litoral capixaba, diz Marinha. (Marinha do Brasil)

RISCO À SAÚDE

Apesar do óleo que chegou ao Espírito Santo estar em fragmentos pequenos, ele é extremamente nocivo à pele podendo provocar dermatites e até queimaduras, segundo dermatologistas. Se o local de contato for exposto ao sol, a situação pode ser agravar ainda mais.

Ministério da Saúde adverte que é necessário o uso de equipamento de proteção adequados, como luvas, botas e roupas que cubram todo o corpo, para ter contato com o produto. As pessoas devem evitar ter contato com a água e solos contaminados. Caso haja o contato, a orientação é lavar bem a região do corpo com água e sabão.

Também é indicado o uso de óculos e máscaras para que se evite o contato dos vapores derivados do óleo, que podem causar inflamações nos pulmões, dores de cabeça e dificuldades de respirar.

ESTRAGOS

O vazamento de óleo no mar já atingiu 409 praias do Nordeste brasileiro desde agosto. Uma das possibilidades de origem desse material derramado no mar é de que seja de um navio grego, mas ainda está sendo investigado por órgãos do governo federal.

Praia de Urussuquara, em São Mateus(Ibama)

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