A retirada dos resíduos de óleo das praias de Linhares, Norte do Estado, está demandado uma atenção maior em decorrência dos ninhos de tartarugas marinhas. A preocupação é com o pisoteamento ou soterramento dos locais de desova pela passagem de pessoas ou de carros que atuam na limpeza da substância.
De acordo com o secretário de Meio ambiente de Linhares, Fabricio Borghi, quase todo o litoral da cidade, com mais de 80 quilômetros de praias, é ponto de desova das tartarugas. A maior parte deles está na região da Reserva Biológica (Rebio) de Comboios, próximo a Regência, onde o Projeto Tamar possui uma base, mas que ainda não foi afetado pelos resíduos.
Nas demais praias da cidade Pontal do Ipiranga, Degredo, Povoação e Cacimbas , onde o óleo já foi encontrado, também existe a presença de ninhos de tartarugas. Muitos estão demarcados, outros não. "Temos o cuidado de limpar o óleo da praia, mas a nossa preocupação é também com a movimentação nas praias e que isto possa soterrar os ninhos, com o pisoteio de pessoas ou a passagem de veículos. Com isto, ao eclodirem os ovos, as tartarugas podem ter dificuldades para chegar à superfície e acabarem morrendo", explica Borghi.
Ele explica que, normalmente, os ninhos são demarcados, mas isso não ocorre com tofos. Em função disso, a orientação para o trabalho de limpeza é que os carros só transitem próximo ao mar. "É difícil levar as equipes a praias mais distantes sem o apoio de carro, mas procuramos fazer o trabalho, ao máximo, a pé. Os veículos transitam na parte de baixo. Mas temos orientado sobre a sinalização dos ninhos e como identificá-los", explica o secretário.
No final deste mês, segundo o secretário, começa a eclosão dos primeiros ninhos de tartarugas, o que tem demandado uma atenção extra para as equipes de limpeza. Na tarde desta terça-feira (12), segundo o secretário, os focos da atuação foram mais concentrados na Praia de Degredo.
Quanto à proteção da foz do Rio Doce, está sendo aguardada a chegada de material. Trata-se de redes de pesca, boias de contenção e uma rede popularmente conhecida como "bidim" que oferece proteção como uma manta de camurça , que ajudariam a conter a entrada do óleo. "Estamos aguardando a chegada de material e de pessoas com especialização para que o material seja instalado", explicou Borghi.
Em nota, a Marinha informou que na tarde desta terça-feira (12) não houve registro de fragmentos de óleo em novas localidades do Espírito Santo. É dito ainda que os seguintes locais já estão limpos: Itaúnas e Bugia (Conceição da Barra); Barra Nova e Urussuquara (São Mateus); Povoação, Degredo e Cacimbas (Linhares).
Já as praias de Guriri (São Mateus) e Pontal do Ipiranga (Linhares) apresentaram indícios leves de óleo, com ações de limpeza sendo executadas.
A nota informa ainda que os pequenos fragmentos que vêm atingindo o Litoral Norte capixaba têm sido recolhidos imediatamente pelas equipes da Marinha, Exército e dos municípios, recebendo em seguida a destinação ambiental. Já foram recolhidos 473 quilos de areia e materiais orgânicos, com óleo, que é apontado como "sendo uma quantidade mínima de óleo".
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