> >
Óleo é removido com cautela no ES para proteger ninhos de tartarugas

Óleo é removido com cautela no ES para proteger ninhos de tartarugas

O trabalho está sendo feito, preferencialmente, a pé, para evitar  o pisoteamento ou soterramento dos ninhos das tartarugas, presentes em praias onde vestígios de óleo foram encontrados em Linhares, no Norte do Espírito Santo

Publicado em 12 de novembro de 2019 às 21:21

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Tartaruga marinha, da espécie oliva, na praia do projeto Tamar na Reserva Biológica de Comboios, Linhares. (Gabriel Lordêllo)

A retirada dos resíduos de óleo das praias de Linhares, Norte do Estado, está demandado uma atenção maior em decorrência dos ninhos de tartarugas marinhas. A preocupação é com o pisoteamento ou soterramento dos locais de desova pela passagem de pessoas ou de carros que atuam na limpeza da substância.

De acordo com o secretário de Meio ambiente de Linhares, Fabricio Borghi, quase todo o litoral da cidade, com mais de 80 quilômetros de praias, é ponto de desova das tartarugas. A maior parte deles está na região da Reserva Biológica (Rebio) de Comboios, próximo a Regência, onde o Projeto Tamar possui uma base, mas que ainda não foi afetado pelos resíduos.

Nas demais praias da cidade – Pontal do Ipiranga, Degredo, Povoação e Cacimbas –, onde o óleo já foi encontrado, também existe a presença de ninhos de tartarugas. Muitos estão demarcados, outros não. "Temos o cuidado de limpar o óleo da praia, mas a nossa preocupação é também com a movimentação nas praias e que isto possa soterrar os ninhos, com o pisoteio de pessoas ou a passagem de veículos. Com isto, ao eclodirem os ovos, as tartarugas podem ter dificuldades para chegar à superfície e acabarem morrendo", explica Borghi.

Ele explica que, normalmente, os ninhos são demarcados, mas isso não ocorre com tofos. Em função disso, a orientação para o trabalho de limpeza é que os carros só transitem próximo ao mar. "É difícil levar as equipes a praias mais distantes sem o apoio de carro, mas procuramos fazer o trabalho, ao máximo, a pé. Os veículos transitam na parte de baixo. Mas temos orientado sobre a sinalização dos ninhos e como identificá-los", explica o secretário.

Praia de Conceição da Barra ainda não tem registro de óleo. (Divulgação/Prefeitura de Conceição da Barra)

No final deste mês, segundo o secretário, começa a eclosão dos primeiros ninhos de tartarugas, o que tem demandado uma atenção extra para as equipes de limpeza. Na tarde desta terça-feira (12), segundo o secretário, os focos da atuação foram mais concentrados na Praia de Degredo.

Quanto à proteção da foz do Rio Doce, está sendo aguardada a chegada de material. Trata-se de redes de pesca, boias de contenção e uma rede popularmente conhecida como "bidim" – que oferece proteção como uma manta de camurça –, que ajudariam a conter a entrada do óleo. "Estamos aguardando a chegada de material e de pessoas com especialização para que o material seja instalado", explicou Borghi.

SEM NOVAS LOCALIDADES

Em nota, a Marinha informou que na tarde desta terça-feira (12) não houve registro de fragmentos de óleo em novas localidades do Espírito Santo. É dito ainda que os seguintes locais já estão limpos: Itaúnas e Bugia (Conceição da Barra); Barra Nova e Urussuquara (São Mateus); Povoação, Degredo e Cacimbas (Linhares).

Já as praias de Guriri (São Mateus) e Pontal do Ipiranga (Linhares) apresentaram indícios leves de óleo, com ações de limpeza sendo executadas.

A nota informa ainda que os pequenos fragmentos que vêm atingindo o Litoral Norte capixaba têm sido recolhidos imediatamente pelas equipes da Marinha, Exército e dos municípios, recebendo em seguida a destinação ambiental. Já foram recolhidos 473 quilos de areia e materiais orgânicos, com óleo, que é apontado como "sendo uma quantidade mínima de óleo".

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais