Pescadores de Barra do Riacho, em Aracruz, no Norte do ES, estão acampados desde a manhã de segunda-feira (9) no escritório da Fundação Renova, no Centro da cidade, em protesto pelo não recebimento do cartão emergencial e a indenização paga aos atingidos pelo desastre em Mariana, Minas Gerais. Cerca de 25 pessoas estão no local.
Segundo os pescadores, há quatro anos eles estão tentando conseguir o cartão emergencial, mas não estão sendo atendidos pela Renova, que alega que eles não possuem a documentação que comprova que são pescadores ou assemelhados. Mas, de acordo com eles, todos são pescadores e donos de embarcações em Aracruz e, até agora, não foram chamados para nenhum acordo de indenização.
Alguns deles estão sem poder exercer a pesca, e dependem da atividade para poder colocar a comida na mesa e pagar o aluguel, como é o caso do Rafael Carlos da Silva. Ele disse que tem um filho pequeno, a mulher está desempregada e ele não sabe o que fazer.
Segundo a presidente da Colônia de Pesca de Barra do Riacho, Nadia Mattos Rodrigues, a falta de atendimento e informações por parte do escritório da Renova em Aracruz sobre as indenizações é um dos motivos do protesto.
A presidente da colônia informou que tem pescadores que estão com a documentação em dia, atualizada, mas a Renova não quer incluir estas pessoas no programa de indenização e muitos deles estão passando sérias dificuldades.
Ela disse que tem pescador profissional passando necessidades e a Renova fica arranjando motivos para não incluí-los como beneficiários do cartão emergencial. Nadia informou que os manifestantes prometeram que só vão deixar o escritório da Renova em Aracruz quando algum responsável pela parte financeira da Fundação for ao local conversar com eles.
A reportagem de A Gazeta procurou uma resposta da Fundação Renova. A Fundação informou, por meio de nota, que considera legítima qualquer manifestação popular, coletiva ou individual e reafirma que possui o diálogo como prática norteadora de suas ações. As demandas referentes à manifestação em Aracruz se referem ao reconhecimento de pescadores de subsistência.
Em relação a este grupo, a Fundação afirma, na nota, que devido à natureza informal, está implementando critérios de acordo com a situação, mas não explicou quais são estes critérios.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta