As manchas de óleo que contaminaram as praias do Nordeste brasileiro ainda não foram avistadas no litoral capixaba, mas se isto ocorrer, as praias deverão ser evitadas. Pelo menos até que se faça a retirada dos resíduos e a água seja testada.
A orientação é de Fabrício Machado, secretário de Estado de Meio Ambiente. Ele explica que a recomendação inicial é de que não se tome banho nas praias onde o óleo for encontrado.
A última informação oficial do Ibama é de que as manchas de óleo foram vistas na cidade baiana de Nova Viçosa, a pouco mais de 50 km da divisa com o Estado. No entanto, a Agência Folha informa que pequenos vestígios da substância foram encontrados em praias de Mucuri, município vizinho a Conceição da Barra, no Norte do Espírito Santo.
Segundo Machado, há situações em que além dos fragmentos que chegam até as praias há um volume de petróleo que fica submerso. "Os fragmentos podem ser retirados, mas, dependendo do peso, da densidade ele pode estar submerso. E para liberar o uso da praia é preciso uma avaliação", relata, acrescentando que a defesa civil das cidades vai se encarregar de informar os locais liberados para banho e os que estiverem temporariamente interditados. "As praias não vai ficar interditadas por tempo indefinido", assinala o secretário.
Nas últimas praias do litoral baiano onde o óleo foi avistado, ele tem aparecido na forma de pequenos fragmentos. A expectativa é de que se ele chegar ao Estado, mantenha as mesmas características. Mas ainda assim será necessário cautela e uso de equipamentos de proteção no manejo da substância. "Todas as informações que temos, do ponto de vista de saúde e ambiental, recomendam que se tenha cautela, mesmo que ele perca densidade. Não se deve ter contato direto com o produto. Será necessário usar equipamentos de proteção individual, como luvas. Também vai demandar cuidados no seu armazenamento e destinação final", explica.
Uma expedição foi realizada no município de Conceição da Barra para identificar as áreas críticas e que podem sofrer um dano maior com a contaminação do óleo, como os manguezais e os estuários. "O Ibama está utilizando redes como técnica de contenção para proteger estas áreas", explicou Machado.
São ações que fazem parte do plano de ação preparado pelo Estado e que foi acionado no último final de semana, quando as manchas chegaram à região de Caravelas, na Bahia, em decorrência da sua proximidade com a divisa do Estado.
O tempo que a contaminação ambiental causada por petróleo lançado ao mar está levando para chegar ao litoral capixaba permitiu que o Estado tivesse condições de se organizar e estar preparado para minimizar os danos, avalia o secretário. "Aprendemos com a experiência de outros estados, que foram surpreendidos. Tivemos tempo para reunir os órgãos ambientais estaduais, federais e municipais e preparar um plano de atuação, que já está sendo posto em prática. Não podemos impedir o desastre, mas teremos como minimizar os impactos. Queremos errar o mínimo possível", assinala Machado.
A elaboração do plano contou com a participação dos municípios que podem ser afetados num primeiro momento, como Conceição da Barra, São Mateus e Linhares. E mais recente com a participação de Aracruz, Fundão, Serra, Vitória e Vila Velha. Os municípios do Sul, a partir de Guarapari, vão receber treinamento e apoio a partir do momento que o óleo chegue ao litoral capixaba.
Participam ainda das ações os órgãos estaduais (Iema, Ibama, Idaf) e os federais (Ibama, ICMBio, Marinha, Exército). "No contexto geral organizamos uma capacitação elaborada pelo ICMbio Ibama e Iema e que foi aplicada nas cidades do litoral Norte da Região Metropolitana. Hoje nós fizemos um treinamento com 280 homens do Exército e Marinha, que estão a posto no sentido de atender qualquer demanda de convoção para atuar", explicou.
Também foi solicitada a empresas apoio de estrutura de contenção e proteção individual para o manejo dos materiais. "As empresas responderam e no decorrer dos próximos dias o material estará chegando", relatou o secretário explicando ainda que, por força de lei, quando os resíduos chegarem ao estado a gestão passa a ser da Marinha.
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