As manchas de óleo que já atingiram várias praias do Nordeste brasileiro podem também chegar ao litoral capixaba. Atualmente, as manchas estão no extremo Norte de Bahia. Se seguir pela costa, o material pode alcançar Abrolhos, no Sul da Bahia, onde há a maior diversidade de espécies de corais do Brasil. Caso isso ocorra, consequentemente, Itaúnas seria a primeira praia capixaba a ser atingida. A informação é do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
O Iema informou que a equipe de técnicos do órgão, que incluem oceanógrafos, está acompanhando todos os acontecimentos na costa Nordeste do Brasil com atenção. Com relação ao deslocamento do óleo, foi observado que o resíduo está há cerca de uma semana na costa do extremo Norte Bahia, seguindo a trajetória da Corrente do Brasil.
"A Coordenação de Gerenciamento Costeiro e Territorial do Iema está em contato permanente com os gestores costeiros da Bahia. A preocupação é se este material chegar até a região sul da Bahia, onde as correntes marinhas incidem, preferencialmente, em direção ao Espírito Santo, o que em tese poderia trazer este resíduo até o Estado, de acordo com Carta de Sensibilidade Ambiental a Derramamento de Óleo no Mar (Carta SAO), que é a base de fornecimento de informações de todos os parâmetros oceanográficos", informou o Iema, por nota.
O Iema informou, ainda, que na região de Abrolhos a Corrente do Brasil sofre alterações que podem direcionar o resíduo tanto para a costa como para dentro do oceano aberto, tornando a direção ainda mais incerta. Caso vá para o oceano, o óleo pode descer para o fundo do mar. Caso se efetive o deslocamento em direção à costa, é quase impossível evitar que ela não chegue ao Espírito Santo.
O Espírito Santo possui 411 km de costa, distribuídos em 14 municípios costeiros. Se a mancha de óleo continuar seguindo pela costa, O Iema afirma que, possivelmente, a primeira praia a ser atingida seria na porção norte, onde há o Parque Estadual de Itaúnas, unidade de conservação de proteção integral, na categoria mais restritiva de conservação.
"Com relação a possíveis datas de chegada do óleo ao Espírito Santo é impossível precisá-la devido impossibilidade de mensuração da quantidade de óleo ainda disponível no mar, além da velocidade da corrente marítima e de processos oceanográficos específicos da região de abrolhos, por terem muitos recifes, águas rasas, correntes induzidas por maré, entre outras", explicou.
O Iema informou, ainda, que na última segunda-feira (14), o Secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Fabrício Machado, realizou uma reunião de alinhamento com gestores e técnicos do Iema, Agerh, Defesa Civil e representantes do Ibama e do ICMBio.
"O objetivo é traçar ações - imediatas e preventivas, visando construir um Plano de Emergência para subsidiar os municípios e os entes envolvidos no tratamento de diversos assuntos estratégicos, como limpeza das praias, descarte dos resíduos gerados e até mesmo recolhimento de fauna oleada, entre outros. Este Plano será elaborado pelo grupo de trabalho criado nesta reunião de alinhamento", disse a nota.
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