O ex-prefeito de Santa Teresa e ex-deputado estadual Gilson Amaro, de 75 anos, morreu por volta das 23 horas desta terça-feira (13) por complicações da Covid-19. Ele estava internado há 57 dias dois dias passou no hospital na cidade que administrou por quatro mandatos e os demais na UTI Covid do Hospital São José, em Colatina. Na noite desta terça, o ex-prefeito teve um choque séptico pulmonar, falência múltipla dos órgãos e não resistiu.
Gilson Amaro nasceu em 10 de agosto de 1945 em Santa Júlia, na época, distrito de Santa Teresa e, depois, de São Roque do Canaã, após a emancipação. De acordo com familiares, Gilson foi um líder desde a infância.
Aos 12 anos, era líder na Igreja São Francisco; aos 14, engraxava sapatos na Vila Rubim, em Vitória; e, depois, foi cobrador de ônibus, balconista e metalúrgico na Usiminas, em Ipatinga (MG).
"Gilson exerce o dom de servir ao próximo desde quando ele nasceu. Uma pessoa simplória, mas com muita sabedoria. Sabedoria calejada pela vida", afirmou Said Sales, filho do ex-prefeito, nesta quarta-feira (14).
Político tradicional, Gilson Amaro foi vereador, deputado estadual e prefeito por quatro mandatos. Ele entrou na vida pública aos 43 anos, sendo eleito em 1989 como o terceiro vereador mais votado de Santa Teresa, na Região Serrana do Estado. No pleito seguinte, em 1992, elegeu-se prefeito e passou a trabalhar no prédio da prefeitura, o qual ajudou a construir quando trabalhava auxiliando o pai dele que era pedreiro.
"Quando ele subiu a escada da prefeitura, sentiu muita emoção por saber que ele ajudou a carregar os tijolos, a massa para construir aquela prefeitura, e chegou a ser prefeito. Com isso, ele se dedicou muito a fazer o bem para as pessoas e construir um legado político de ajudar as pessoas", contou Said.
Em 2000, Gilson Amaro tentou voltar ao comando do município, mas não conseguiu. Nas eleições de 2002, foi eleito deputado estadual, e, nas eleições 2004, venceu o pleito municipal e voltou a administrar Santa Teresa. Em 2008, foi reeleito e comandou o município até 2012. Nas eleições de 2016, o político voltou a disputar a prefeitura e novamente saiu vitorioso.
Em 2020, tentou se reeleger, mas não obteve sucesso no pleito, ficando em segundo lugar, com 28,24% dos votos válidos. Kleber Medici (PSDB) foi eleito com 50,80%. Gilson Amaro estava filiado ao PP. Antes, já havia passado por siglas como DEM, MDB e PRTB.
Diversas autoridades do Estado manifestaram pesar pela morte de Gilson Amaro. Pelo Twitter, o governador Renato Casagrande (PSB) afirmou que o ex-prefeito, mais uma das vítimas da Covid-19, deixa "um legado de trabalho, dedicação e amor à sua terra".
Casagrande decretou luto oficial de três dias no Estado pelo falecimento de Gilson Amaro, conforme publicação extra do Diário Oficial nesta quarta.
O presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Erick Musso (Republicanos), manifestou condolências aos familiares do ex-prefeito e afirmou que Gilson Amaro era um "homem de vida simples e muito querido por todos".
O ex-governador do Estado Paulo Hartung (sem partido) afirmou que Gilson Amaro era um "homem público dedicado e zeloso" e que teve papel fundamental na reorganização da Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), a qual presidiu entre 2009 e 2012.
"Foi com muita tristeza que recebi a notícia do falecimento do ex-prefeito de Santa Teresa, Gilson Amaro. Ele era um homem público dedicado, zeloso e que tinha um profundo amor pela cidade. Gilson teve um papel fundamental na política do Espírito Santo, ajudando na reorganização da Amunes. Meus sinceros sentimentos e solidariedade à família e aos amigos", disse em nota.
O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, recordou os momentos com Gilson Amaro e disse que a vida política dele "deve ser guardada com zelo".
Gilson Amaro deixa esposa, dona Marlene, com quem estava casado há 38 anos, e sete filhos.
Devido à pandemia de Covid-19, não haverá velório. Homenagens poderão ser prestadas no cortejo que passará durante a tarde desta quarta-feira por Santa Teresa e não terá a rota divulgada para não promover aglomerações.
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