À distância, a bateria da Novo Império garantiu a Luiz Carlos do Santos, o Polha, um enterro de sambista. Com choro e emoção, mas terminando em samba, desabafou seu filho, Tim Santos. O intérprete e compositor morreu na última sexta-feira (20), vítima da Covid-19.
Há duas semanas, Luiz Carlos lutava contra as complicações causadas pelo novo coronavírus. No último dia 7, ele procurou uma unidade de saúde com os primeiros sintomas. No dia 10, o sambista voltou ao Pronto Atendimento de São Pedro já apresentando muita dificuldade para respirar. A saturação dele estava muito baixa, em torno de 30. Já saiu de lá intubado e foi levado para o Hospital Dr. Jayme Santos Neves, conta Tim.
Ao longo da semana ele chegou a apresentar melhora, mas o quadro voltou a se agravar no dia 17 e, na última sexta-feira (20), ele perdeu a luta para a Covid-19. Um cara cheio de vida, incansável guerreiro do carnaval capixaba, que já entrou no meio do desfile embaixo de carro alegórico desgovernado para evitar acidentes, perdeu a vida para um vírus, lamenta Suzana Bremenkamp, diretora de comunicação da Novo Império.
Tim relata que o pai foi um intérprete campeão e compositor de vários sambas. Ele inaugurou o Sambão do Povo, ganhando o título naquele ano para a Novo Império. E nos anos seguintes se tornou tricampeão. Sempre lutou por um carnaval digno, destacou.
Polha, como era conhecido entre familiares e amigos, era serralheiro e participou da montagem dos carros alegóricos de várias escolas.
O velório e o enterro de Luiz Carlos foram realizados no Cemitério de Santo Antônio, em Vitória. Uma despedida rápida em decorrência dos protocolos da Covid-19. Uma despedida que nos deixa uma lição. No cemitério estão enterrados sonhos e quem muito viveu. Mas a vida continua e devemos viver, sem ficarmos agarrados a pormenores, mágoas, revoltas, pondera Tim, um dos cinco filhos deixados por Luiz Carlos.
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